quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Samuel Beckett

Samuel Beckett (Dublin, 13 de abril de 1906 — Paris, 22 de dezembro de 1989) foi um dramaturgo e escritor irlandês.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1969. Utiliza nas suas obras, traduzidas em mais de trinta línguas, uma riqueza metafórica imensa, privilegiando uma visão pessimista acerca do fenômeno humano. É considerado um dos principais autores do denominado teatro do absurdo. Sua obra mais famosa tanto no Brasil como em Portugal é a peça Esperando Godot.

Biografia
Beckett nasceu numa família burguesa e protestante, e em 1923 ingressa no Trinity College de Dublin, para se formar em Literatura Moderna, especializando-se em francês e italiano. Em 1928, meses após sua mudança para Paris, conhece James Joyce, apresentado por um amigo em comum. Torna-se grande admirador do escritor, e sua obra posterior é fortemente influenciada por ele.

Após lecionar durante o ano de 1930 na Irlanda, Beckett volta no ano seguinte para Paris, fixando residência na cidade, e escreve sua primeira novela, “Dream of Fair to Middling Women” (publicada após a morte do autor, em 1993) Em 1933, Beckett retorna novamente a Dublin, pois, devido ao falecimento de seu pai, encarrega-se de cuidar de sua mãe. Retorna a Paris em 1938, quando é marcado por dois acontecimentos de grande importância: fica gravemente ferido ao ser agredido por um estranho, que lhe desferiu uma facada no peito, e conhece Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, com quem viveria o resto da vida e se casaria em 1961.

Depois da eclosão da Segunda Grande Guerra, vincula-se à resistência francesa, na ocasião da invasão de Paris pelo exército nazista, em 1941, juntamente com sua esposa. Afasta-se da resistência em 1942, quando ambos foram obrigados a fugir da França. Morre em 1989, cinco meses depois de sua esposa, de enfisema pulmonar, contra o qual já lutava havia três anos. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse.

A produção beckettiana foi um dos principais ícones do Teatro do Absurdo que faz uma intensa crítica à modernidade. Recebeu o Nobel de Literatura de 1969.

Obra
Nas obras traduzidas por Beckett, indica-se o título original e traduzido separados por barra. A data de edição (ou de composição, no caso de textos publicados em colectâneas) é do original.

Peças
Teatro
Eleutheria (1947; publicado em 1995)
En attendant Godot/Waiting for Godot (Esperando Godot) (1948; publicado em 1952)
Act Without Words I (1956)
Act Without Words II (1956)
Endgame (1957)
Krapp's Last Tape (1958)
Rough for Theatre I (fins de 1950)
Rough for Theatre II (fins de 1950)
Happy Days (1960)
Play (1963)
Come and Go (1965)
Breath (1969)
Not I (1972)
That Time (1975)
Footfalls (1975)
A Piece of Monologue (1980)
Rockaby (1981)
Ohio Impromptu (1981)
Catastrophe (1982)
What Where (1983)

Rádio
All That Fall (1956)
Embers (1959)
Rough for Radio I (1961)
Rough for Radio II (1961)
Words and Music (1961)
Cascando (1962)
The Old Tune (1963)

Televisão
Eh Joe (1965)
Ghost Trio (1975)
... but the clouds ... (1976)
Quad I + II (1981)
Nacht und Träume (1982)

Cinema
Film (1965)

Prosa
Collected Shorter Prose 1945-1980 (1984)
As the Story Was Told: Uncollected and Late Prose (1990)

Romances e novelas
Dream of Fair to Middling Women (1932)
Murphy (1938; traduzida para francês, 1948)
Mercier and Camier (1946)
Watt (1953; escrita c. 1943; traduzida para francês, 1968)
Molloy (1951; original em francês; traduzida para inglês, 1955)
Malone Meurt (1951; traduzida para inglês como Malone Dies, 1956)
L'innommable (1953; traduzida para inglês como The Unnameable, 1958)
Comment C'est (1961; traduzida para inglês como How It Is, 1964)
Company (1980)
Ill Seen Ill Said (1982)
Worstward Ho (1983)
Ends and Odds: Plays and Sketches (1977)

Contos e textos breves
Assumption (1929)
Sedendo et Quiesciendo (1932)
Text (1932)
A Case in a Thousand (1934)
More Pricks than Kicks (1934)
Nouvelles et Textes Pour Rien/Stories and Texts for Nothing (1945-50)
Premier Amour/First Love (1945)
From an Abandoned Work (1954-55)
L'image/The Image (1958)
All Strange Away (19763-64)
Imagination Morte Imaginez/Imagination Dead Imagine (1965)
Assez/Enough (1966)
Bing/Ping (1966)
Sans/Lessness (1969)
Le Depeupleue/The Lost Ones (1970)
Fizzles (1973-75)
Heard in the Dark 1
Heard in the Dark 2
One Evening
As the Story was Told (1973)
La Falaise/The Cliff (1975)
Company (1980, adaptado para o teatro)
Stirrings Still (1988)
Nohow On (1989)

Ensaios
Proust (1931; publicado em 1989)
Disjecta: Miscellaneous Writing and a Dramatic Fragment (1983)

Poesia
Collected Poems in English and French/Coleção de Poemas em Inglês e Francês (1977)
Poèmes/Poems/Poemas (1979)
Collected Poems 1930-1978/Coleção de Poemas 1930-1978 (1984)

Citações
Todos nós nascemos loucos. Alguns permanecem.

A arte sempre foi isto - interrogação pura, questão retórica sem a retórica - embora se diga que aparece pela realidade social.

As lágrimas do mundo são inalteráveis. Para cada um que começa a chorar, em algum lugar outro pára. O mesmo vale para o riso.

Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor.

As palavras são manchas desnecessárias sobre o silêncio e o nada.

Se tu não me amas, nunca serei amado. Se não te amo, nunca amarei.

Um comentário:

  1. Sinceramente, acho as principais obras do Beckett - especialmente "Esperando Godot" e "Fim de partida" - o que de mais profundo já foi escrito pelo homem (claro, pelo menos entre o que já li).

    Lembro que li "Esperando Godot" uma noite à luz de vela, pois tinha acabado a força. Quando fui associando Godot à morte (até entao eu não conhecia nada de Beckett), foi dando um medo de continuar o livro, de tão sincero que ele parecia.

    O Beckett desconstrói o mito da "vida como utilidade". No dia seguinte qualquer forma de seriedade parece uma babaquice.

    Parabéns pelo blog e pelo post.
    Abraço
    Eduardo

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