sábado, 31 de dezembro de 2011

Apenas uma

Todas as mulheres
Todas tinham um jeito louco de mexer com as mãos
E os pés
As orelhas das mulheres sempre diziam algo
O olhar também estava ali
Elas me olhavam
Passaram vários anos
E eu conheci as mulheres
Todas elas
Um dia
Eu conheci apenas uma
E aquele sorriso
Era o melhor de todos os sorrisos
O modo como tinha vergonha quando eu dizia algo
Ou como mexia as mãos por entre os cabelos
Os olhos que abriam e fechavam
E como me observava enquanto escrevia essas palavras
E aquela mulher
Era que eu tinha escolhido passar todo o resto dos dias
E todas as mulheres
Nada seriam
Porque esse homem
Teria só uma mulher
Você.

Daniel Galera

Daniel Galera (São Paulo 13 de Julho de 1979) é um escritor e tradutor literário brasileiro. Foi um dos precursores do uso da internet para a literatura, editando e publicando textos em portais e fanzines eletrônicos entre 1997 e 2001. Foi um dos convidados da segunda edição da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), em 2004. Já traduziu 13 livros, predominantemente das novas gerações de autores ingleses e norte-americanos. Publicou até então quatro livros, além de ter participado em algumas antologias de contos. Seu último livro ganhou o Prêmio Machado de Assis de Romance, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional em 2008.

Biografia
Cresceu e passou boa parte da vida em Porto Alegre, onde voltou a viver recentemente, depois de ter morado por alguns anos em São Paulo - sua cidade natal - e Garopaba, em Santa Catarina. Formou-se em publicidade na UFRGS. Foi colunista fixo do fanzine eletrônico CardosOnline, que também revelou Clarah Averbuck e Daniel Pellizzari. Após o encerramento do ezine em meados 2001, Galera fundou a editora Livros do Mal voltada à nova literatura, junto com dois outros colegas também egressos da extinta publicação, Daniel Pellizzari e Guilherme Pilla. Falando da sua motivação para fundar a editora, Galera diz: "Nossa vontade era ser lido. Não era vontade de conquistar fama ou de receber convite de uma grande editora."Em 2005, exerceu o cargo de coordenador do Livro e da Literatura na Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre.

Trabalhos
Como tradutor, Galera busca trabalhar com obras das novas gerações de autores ingleses e norte-americanos, como quadrinhos de Robert Crumb e os romances "Sobre a beleza" (Zadie Smith), "Reino do Medo" (Hunter Thompson), "Extremamente alto e incrivelmente perto" (Jonathan Safran Foer) e, em parceria com Daniel Pellizzari, "Trainspotting" e "Pornô", (Irvine Welsh).

Como escritor possui quatro livros publicados, além de participações em algumas antologias de contos. Seu livro de estréia, uma coletânea de contos chamada "Dentes Guardados", foi publicada em 2001 pela editora Livros do Mal e encontra-se disponível na internet. Em 2003 publica "Até o Dia em que o Cão Morreu", escrito quando ele tinha 23 anos. No livro, Galera narra a história de um jovem de classe média, recém-formado em Letras, que leva uma vida sem realizações num apartamento que aluga no centro de Porto Alegre. O livro traça um retrato de muitos de seus contemporâneos, jovens sem perspectivas ao se formar da faculdade, e narra suas dificuldades para enfrentar a realidade e suas maneiras de se relacionar afetivamente. Em 2007, o livro ganhou adaptação cinematrográfica com o título de "Cão sem Dono", dirigido por Beto Brant e com colaboração de Renato Ciasca.

Estreou na Companhia das Letras em 2006, quando publicou o seu terceiro romance, "Mãos de Cavalo". No livro, a história se desenvolve ao redor de um personagem em três momentos distintos de sua vida: um garoto de dez anos que pilota sua Caloi Cross em um trecho urbano; um cirurgião plástico de sucesso que vive um casamento quase frustrado e que vai escalar o Cerro Bonete, na Bolívia; e adolescente tímido e pacato que encara o valentão da turma durante uma partida de futebol. Ao longo do romance os três enredos se entrelaçam, atraídos para um ponto em comum. De acordo com Galera, o tema principal do livro é a identidade e a inutilidade de se tentar definí-la. Mãos de Cavalo mostra que apenas até certo ponto as pessoas conseguem programar aquilo que são e o que representam para os outros. De um momento em diante, sobretudo em situações-limite, elas passam a ser elas mesmas, sem mediações.

Em 2008, Galera publicou o romance "Cordilheira", ambientado em Buenos Aires. A protagonista do livro é Anita, uma jovem escritora que perde o interesse por literatura e apenas cuida do desejo inadiável de gerar um filho. Movida por essa idéia fixa, acaba indo para Buenos Aires onde se envolve com uma seita de escritores.

O livro foi o primeiro lançamento do projeto Amores Expressos da Companhia das Letras, onde diferentes escritores brasileiros visitaram capitais no exterior para escrever obras de ficção. Em 2008 o livro foi o vencedor do Prêmio Literário Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional na categoria romance.

Lista de obras
Romances
Cordilheira, Companhia das Letras, 2008;
Mãos de Cavalo,Companhia das Letras, 2006;
Até o Dia em que o Cão Morreu, editora Livros do Mal, 2003; Companhia das Letras, 2007.

Contos
Dentes Guardados, editora Livros do Mal, 2001. 

HQs
Cachalote, Quadrinhos na Cia, 2010 (com Rafael Coutinho).

Participação em antologias
Geração Zero Zero, Língua Geral, 2011.
Lusofonica: La Nuova narrativa in Lingua Portoghese, La Nuova Frontiera, Itália, 2006.
Sex'n'Bossa, Mondadori, Itália, 2005;
Contos de Bolso, Casa Verde, 2005;
Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século, Ateliê Editorial, 2004;
Contos de oficina 24, WS, 2000;
Literatura Século XXI, vol. 2, Blocos, 1999.

Obras publicadas fora do Brasil
Manuale per investire cani, Arcana Libri, Itália, 2004.
Sogni all'alba del ciclista urbano, Mondadori, Itália, 2008.
Manos de Caballo, Argentina, Interzona, 2007.
Mãos de Cavalo, Caminho Editorial, Portugal, 2008
Cordilheira, Caminho Editorial, Portugal, 2010
Paluche, Gallimard, França, 2010

Citações
"Então, o desespero vai dando lugar a uma espécie de resignação. Entendo que, seja lá o que for que esteja acontecendo, não está sob meu controle. Desejo apenas que acabe logo, que chegue às últimas conseqüências."

"Então, o desespero vai dando lugar a uma espécie de resignação. Entendo que, seja lá o que for que esteja acontecendo, não está sob meu controle. Desejo apenas que acabe logo, que chegue às últimas conseqüências."

"No momento eu tinha alguém pra proteger, e isso era novo."

"Como tudo na vida tem seu detalhe bizarro, (...)."

"O que era mesmo que me causava tanta repulsa nisso tudo? Eu já tinha esquecido. Agora eram objetos inofensivos, nem bons nem maus, apenas inúteis."

"Tu já pensou na morte? Mas pensar mesmo? Tu não tem que imaginar o teu caixão, ou tua cabeça esparramada num asfalto, nada disso, não é assim que se faz. Apenas imagina o mundo sem a tua presença."

"E se não dei notícias por tanto tempo foi simplesmente porque não me deu vontade."

Apesar do jeito que tu me trata me magoar às vezes, tu é a única pessoa com quem eu não me sinto sozinha."

Fonte: Wikipidea

Idéias soltas

O jogo contra
O eu
O eu que joga sozinho
Não preciso de amigo
Não preciso de vizinho
Tenho um carrinho de rolemã
E como peixe com espinho
Minha mão escreve algumas letras
E as vezes faz carinho
Matei um mosquito
Fim

Bombay Bicycle Club

O Bombay Bicycle Club vem do Norte de Londres, na Inglaterra, teve seu nome inspirado em um restaurante indiano da região. Venceram o campeonato Road To V, sendo assim gravaram uma demo de 7 musicas de graça e abriram o V Festival de 2006. "Eles são umas das melhores bandas a saírem do Norte de Londres faz um tempo, impossivelmente jovens e impossivelmete talentosos" (NME). Além disso, em 2007 começou tudo; shows em grandes casas inglesas como Barfly, Carling Academy, regiões famosas de Londres como Camden os recebendo até com shows próprios.

É formada por Jack Steadman (vocais e guitarra), Jamie MacColl (guitarra e baixo), Suren de Saram (bateria) e Ed Nash (baixo e teclados).

Discografia
2009 - I Had the Blues But I Shook Them Loose
2010 - Flaws
2011 - A Different Kind of Fix

Onde baixar os discos

Fonte: Wikipidea e Alguns Sons

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Convite a vida

No tom claro da pele
Descobri as verdades
Que a vida toda me foram escondidas
Fechei os olhos e um sorriso nasceu
Era o mundo me convidando pra viver
E mais um dia me dizendo adeus.

Clube da luta

Em um dos filmes mais investigativos da história do cinema, David Fincher propõe um desafio angustiante, assustador, violento, revoltante, mas, acima de tudo, realista. Colocando em pratos limpos toda a letargia e o medo de uma geração, Fincher procura lançar perguntas do começo ao fim da narrativa, contudo, nunca perde o foco e mantém a trama sob controle. Mas o professor não entrega as respostas de mão beijada, deixando bem claro o respeito que o diretor tem para com seu público, Fincher nunca idiotiza a platéia. É o espectador que tem que correr atrás do gabarito, e isso acaba se tornando um exercício fantástico e excitante.

A rigor, a obra do autor de Seven trabalha em cima de uma poderosa metáfora , mas sem nunca deixar de ser direto. Fight Club, apesar de fazer uso abundante da linguagem metalingüistica, é possível compreender com clareza os   questionamentos impostos pelo longa. 

Trata-se, obviamente, de um tema polêmico, discutível e que não pode e nem deve se calar. Aliás, a idéia de David Fincher é justamente essa, levar à cabo tudo aquilo que a sociedade sabe que existe, só que não quer enxergar.

Aqui o soco não é no estômago, é na cara (literalmente). Fincher adota, deste o começo, uma narrativa repleta de flashbacks, que acabam funcionando sempre como explicação da cena anterior. O roteiro de Jim Uhls, calcado na obra Chuck Palahnuik, esmiúça o seguinte: Jack (Norton), homem do tipo "certinho", está exausto dessa vida e resolve fazer parte de um clube privado ao conhecer o louco e audacioso Tyler Durden (Pitt). O Clube da Luta é restrito aos seus integrantes e é secreto. Dentre suas regras estão: Não falar nunca sobre o Clube da Luta e seguir à risca a regra número 1. Lá, eles pretendem descontar todas as suas fúrias e aprender a ser livres. Tyler prega a autodestruição para se atingir a liberdade. Tentando se afastar de sua vida certinha, Jack não sabe se está mesmo no caminho certo. Tyler é um líder que atrai cada vez mais seguidores e Jack teme que as coisas fujam do controle.

Após um segundo ato bombástico, Fincher não só mantém o espectador grudado na cadeira, como aumenta a dose de suspense e injeta milhares de idéias brilhantes. O filme mais ambicioso do cineasta autoral que é David Fincher, é uma poderosa arma contra o consumismo capitalista, o intelectual bunda-mole que ganha dinheiro fazendo o que não gosta e ainda abusa de poder, ao joven embalado de sonhos falíveis que luta apenas pelo que lhe interessa, enfim. Tudo isso é explicado de maneira brilhante por Fincher. Aliás, a direção é perfeita, é possível perceber a mão do diretor em todas as cenas, que ainda conta com uma direção de arte impecável de Chris Gorak.

Ao passo que a trama desenvolvia-se, Brad Pitt e Edward Norton realizavam ótimos trabalhos. O primeiro, perfeito para o papel, mostra a sandice do personagem de maneira convincente. Despido de pudor e sem maniqueísmo, Brad entrega um desempenho louvável e encara a proposta de Fincher de peito aberto. Norton, a voz da narração, demostra porque foi considerado uma das maiores revelações da década de 90. A femme fatale ficou por conta da talentosa Helena Bonhan Carter. Helena funciona como subtrama no início, mas aos poucos ganha personalidade própria e sua presença torna-se fundamental para o desfecho, que é excelente. Enfim, Clube da Luta é um filme que fala para o público. Mostra, antes de tudo, que o cinema sabe pensar quando quer. Fincher faz isso olhando na nossa cara.

Crítica: Tudo [é] crítica

Geração mamão.

Meu lugar ali era
Meu lugar era ali
Olhei para o recinto
Cuspi no chão
Aquilo ali fedia a merda
Bebâdos podiam feder um tanto se você estivesse no lugar errado
Mas eu me sentia bem ali
Ali as pessoas não fingiam
Podiam ser escrotas
Berrar
Urrar
Chorar se tivessem vontade
Eu não toparia com nenhuma daquelas falsas puritanas
Nem com um daqueles playboys prepotentes que tinham mais massa no corpo, do que no cérebro
Verborragias
Uma hipocrisia do caralho
Aquele papinho de sociedade perfeita
Abriria uma cerveja
Fumaria um cigarro
Tomaria uma dose
E voltaria ao equilibrio novamente.

Franz Kafka

Franz Kafka (Praga, 3 de julho de 1883 — Klosterneuburg, 3 de junho de 1924) foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia em Praga, Áustria-Hungria (atual República Checa). O corpo de obras suas escritas— a maioria incompleta e publicadas postumamente — destaca-se entre as mais influentes da literatura ocidental.

Seu estilo literário presente em obras como a novela A Metamorfose (1915) e romances incluindo O Processo (1925) e O Castelo (1926) retrata indivíduos preocupados em um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.

Família
Kafka nasceu em uma família de classe média judaica em Praga, capital da Boêmia. Seu pai, Hermann Kafka (1852–1931), foi descrito como um "enorme empresário egoísta e arrogante" e por Kafka se considerava um "verdadeiro Kafka em força, saúde, apetite, a sonoridade da voz, eloquência, a auto-satisfação, presença de espírito e o conhecimento da natureza humana".

Hermann era o quarto filho de Jacob Kafka, um abatedor kosher e veio a Praga a partir de Osek, um judeu de língua checa, perto da aldeia Písek no sul da Boêmia. Depois de trabalhar como representante de vendas da viagem, ele se estabeleceu como um varejista independente de homens e mulheres de bens de fantasia e acessórios, que empregam até 15 pessoas e usando uma gralha (Kavka em checo) como seu logotipo nos negócios. A mãe de Kafka, Julie (1856-1934), era filha de Jakob Löwy, um cervejeiro próspero em Poděbrady e foi melhor educada que seu marido.

Franz era o mais velho de seis filhos. Ele tinha dois irmãos mais novos, Georg e Heinrich, que morreram com a idade de 15 meses e 6 meses, respectivamente, antes de Franz completar 7 anos, e três irmãs mais novas: Gabriele ("Elli") (1889-1944), Valerie ("Valli") (1890-1944) e Ottilie ("Ottla") (1892-1943). Em dias úteis, os pais estavam ausentes em casa. A mãe de Franz ajudou a administrar os negócios do marido e trabalhou neles até 12 horas por dia. As crianças foram criadas em grande parte por uma série de governantas e funcionários. A relação de Kafka com seu pai foi gravemente perturbada, conforme explicado na carta a seu pai, em que ele se queixou de ser profundamente afetado pelo exigente caráter autoritário deste.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as irmãs de Kafka foram enviadas com suas famílias para o Gueto de Lodz e morreram ali em campos de extermínio. Ottla foi enviada para o campo de concentração de Theresienstadt e, em seguida, em 7 de outubro de 1943, para o campo de extermínio de Auschwitz , onde 1.267 crianças e 51 encarregados de educação, incluindo Ottla, foram asfixiados com gás até a morte.

Kafka cresce sob as influências de três culturas: a judaica, a tcheca e a alemã.
No ano de 1902 conhece Max Brod, seu grande amigo, e no ano de 1922 pedirá a ele para que destrua todas as suas obras após sua morte.

Em 1903, Kafka tem sua primeira relação sexual, o que lhe trará insegurança por toda a sua vida. Nesse ano também, ele fará sua primeira visita a um sanatório. Teve vários casos amorosos mal resolvidos, uns por intervenção dos pais das moças, outros por desinteresse próprio.
Entre 1914 e 1924, Kafka esteve três vezes perto do casamento. Desistiu sempre. Tentou primeiro por duas ocasiões com Felice Bauer, uma alemã com quem se correspondeu até 1917. A última vez foi com Julie Wohryzek, mais nova do que ele.

Kafka falece no dia 3 de junho de 1924 no sanatório Kierling perto de Klosterneuburg na Áustria. A causa oficial da sua morte foi insuficiência cardíaca, apesar de sofrer de tuberculose desde 1917.

Educação
Kafka aprendeu alemão como sua primeira língua, contudo era quase fluente em tcheco. Kafka se considerava incapaz nos estudos, tanto que em uma carta a Felice Bauer ele declara que não acreditava que conseguiria concluir o ensino médio. No momento de decidir que carreira seguir, Franz Kafka opta por cursar Filosofia, no entanto é impedido pelo seu pai, com quem não tinha uma relação de afetividade. Tendo de decidir entre Química e Direito, Franz opta pela faculdade de Química junto com seu grande amigo Max Brod. Permanece 15 dias no curso e desiste, entrando de vez para a faculdade de Direito, que será tema de boa parte de suas obras. Formado em Direito em 1906, trabalhou como advogado a princípio na companhia particular Assicurazioni Generali e depois no semi-estatal Instituto de Seguros contra Acidentes do Trabalho. Solitário, com a vida afetiva marcada por irresoluções e frustrações, Kafka atingiu pouca fama com seus livros, na maioria editados postumamente. Mesmo assim era respeitado nos círculos de literatura que frequentava.

Obra
O seu livro A Metamorfose (1915) narra o caso de um homem que acorda transformado num gigantesco inseto; O Processo (1925) conta a história de um certo Josef K., julgado e condenado por um crime que ele mesmo ignora; em O Castelo (1926), o agrimensor K. não consegue ter acesso aos senhores que o contrataram. O livro A Colônia Penal (1914) fala sobre uma máquina que tem o poder de executar sentenças. Trata-se de uma história absurda sobre uma Colônia que usa esta máquina para torturar e matar pessoas, sem que estas sequer saibam o porquê de sua morte. O livro é uma crítica aos sistemas despóticos de poder. Essas quatro obras-primas definem não apenas boa parte do que se conhece até hoje como "literatura moderna", mas o próprio carácter do século: kafkiano.

Autor de várias colectâneas de contos, Kafka escreveu também a avassaladora Carta ao Pai (1919) e centenas de páginas de diários. Deixou inacabado o romance Amerika e mesmo alguns capítulos de O Processo - cujos capítulos foram escritos sem ordem cronológica da obra e há controvérsias se a edição oficial do livro é a definitiva - também ficaram inacabados.

Kafka morreu num sanatório perto de Viena, onde se internou com tuberculose. Desde então, seu legado - resgatado pelo amigo Max Brod - exerce enorme influência na literatura mundial.

Estilo literário
A escrita de Kafka é marcada pelo seu tom despegado, imparcial, atenciosa ao menor detalhe, e abrange os temas da alienação e perseguição. Os seus trabalhos mais conhecidos abrangem temas como as pequenas histórias A Metamorfose, Um artista da fome e os romances O Processo, América e O Castelo. Os seus contos são julgados como verdadeiros e realistas, em contato com o homem do século XXI, pois os personagens kafkianos sofrem de conflitos existenciais, como o homem de hoje. No mundo kafkiano, os personagens não sabem que rumo podem tomar, não sabem dos objetivos da sua vida, questionam seriamente a existência e acabam sós, diante de uma situação que não planejaram, pois todos os acontecimentos se viraram contra eles, não lhes oferecendo a oportunidade de se aproveitar da situação e, muitas vezes, nem mesmo de sair desta. Por isso, a temática da solidão como fuga, a paranoia e os delírios de influência estão muito ligados à obra kafkiana, sendo comum a existência de personagens secundários que espiam, e conspiram contra o protagonista das histórias de Kafka (geralmente homens, à exceção de alguns contos onde aparecem animais e raros onde a personagem principal é uma mulher).

No fundo, estes protagonistas não são mais que projecções do próprio Kafka, onde ele expõe os seus medos, a sua angústia perante o mundo, a sua solidão interior, sua problemática em lidar com a família e círculo social.

Livros e Contos
Cenas de um Casamento no Campo (1907)
Considerações (1908)
Aeroplano em Brescia (1909)
Amerika (1910,1927)
O Veredicto (1912)
A Metamorfose (1912, 1915)
A Sentença (1912, 1916)
Meditação (1913)
Contemplação: O Foguista (1913)
Diante da Lei (1914, 1915)
A Colônia Penal (1914, 1919)
O Processo (1914,1925)
Um Relatório para a Academia (1917)
A Preocupação de um Pai de Família (1917)
A Muralha da China (1917, 1931)
Carta ao Pai (1919)
Um Médico Rural (1919)
Poseidon (1920)
Noites (1920)
Sobre a Questão das Leis (1920)
Primeiro Sofrimento (1921)
Cartas a Milena (1920, 1923)
Investigações de um Cão (1922)
Um Artista da Fome (1922, 1924)
O Castelo (1922, 1926)
Uma Pequena Mulher (1923)
A Construção (1923)
Josefina, a Cantora ou O Povo dos Ratos (1924)
Sonhos

Kafka cinematográfico
The Trial - Orson Welles (1963)
The Castle - Rudolph Noelte (1968)
Informe para una academia - Carles Mira (1975)
The metamorphosis of Mr. Samsa - Caroline Leaf (1977)
Informe per a una acadèmia - Quim Masó (1989)
Kafka - Steven Soderbergh (1991)
The Metamorphosis of Franz Kafka - Carlos Atanes (1993)
Amerika - Vladimir Michalek (1994)
Das Schloss - Michael Haneke (1996)
La metamorfosis - Josefina Molina (1996)
The Trial - David Hugh Jones (1996)
Metamorfosis - Fran Estévez (2004)

Citações
"Talvez haja apenas um pecado capital: a impaciência. Devido à impaciência, fomos expulsos do Paraíso; devido à impaciência, não podemos voltar."

"Crer-se no progresso não significa que já tenha tido lugar qualquer progresso."

"Toda a educação assenta nestes dois princípios: primeiro repelir o assalto fogoso das crianças ignorantes à verdade e depois iniciar as crianças humilhadas na mentira, de modo insensível e progressivo."

"Só podia encontrar a felicidade se conseguisse subverter o mundo para o fazer entrar no verdadeiro, no puro, no imutável."

"O tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida."

"Na tua luta contra o resto do mundo, aconselho-te que te ponhas do lado do resto do mundo."

"O quotidiano em si mesmo já é maravilhoso. Eu não faço mais do que expô-lo."

"A partir de um certo ponto, não há retorno. Este é o ponto que é preciso alcançar."

Fonte: Wikipidea

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Só mais uma noite

O jovem estava sentado em seu quarto, sozinho. Era um quarto pequeno e mesmo assim ele não conseguia se sentir grande, não naquela hora.c

Olhava em volta, ele tinha livros, vários deles, os clássicos, os reis do submundo, as fábulas infantis, os quadrinhos, boa parte do que era publicado lhe agradava, a outra era puro lixo enlatado, muita gente sem talento chegava lá.

Uma sensação ruim tomou conta dele, talvez fosse à solidão que ele não deixava aparecer em nenhuma daquelas noites lúcidas, ele esperava um afago e por ironia do destino tinha de encontrá-lo em copos angulares com líquidos vertidos.

Lá fora, pessoas caminhavam de mãos dadas, fodiam loucamente como animais, fumavam cigarros, piadas sem graça, sorriam com os amigos, ajeitavam seus cabelos, gritavam, morriam, espalhavam suas verborragias, sorriam falsamente, fingiam ser puritanas, fediam e cagavam, não necessariamente nessa ordem, se acidentavam, espalhavam sua escrotidão pelas ruas e avenidas, se diminuíam se é que isso era possível, eram a soma de todas as coisas ruins e boas, mas que com o tempo ele cansará de viver, e ele estava ali, protegido de todo aquele mundo, mas querendo sair e fazer parte dele, ou ficar e se afundar no seu, tinha cadernos, canetas, e várias idéias, nem sempre as melhores, mas elas estavam ali.

Hoje ele já tinha dito tudo o que precisava dizer, enxugou uma lágrima no canto do olho, foi até a geladeira, pegou mais duas pedras, se serviu de uma dose e sorriu de si mesmo a noite toda.

Rage Against the Machine

Rage Against the Machine (também conhecidos como Rage, Rage Against ou RATM) é uma banda de metal norte-americana, uma das mais influentes e polêmicas da década de 1990.

Formada em 1991, o grupo é composto pelo vocalista, Zack de la Rocha, vocalista, baixista e backing vocals, Tim Commerford, o guitarrista, Tom Morello e o baterista, Brad Wilk. Os críticos observaram Rage Against the Machine para a sua "música ferozmente polêmica", sua ideologia esquerdista contra a América corporativa, o imperialismo cultural, a desigualdade social e a opressão do governo em um coquetel molotov de punk, hip-hop, e thrash metal." O Rage Against the Machine basicamente é um instrumental pesado , com os vocais inspirados no rap, como de influência, Afrika Bambaataa, Public Enemy, Beastie Boys e Urban Dance Squad.

Em 1992, a banda lançou seu álbum de estréia auto-intitulado, que se tornou um sucesso comercial, levando a uma abertura no Lollapalooza 1993. A banda não divulgou um registro até 1996, com o Evil Empire. O terceiro álbum da banda The Battle of Los Angeles, foi lançado em 1999. Durante sua temporada inicial de nove anos, eles se tornaram uma das bandas mais populares e influentes da história da música, segundo a jornalista musical Colin Devenish. Eles também foram ordenadas # 33 no VH1's 100 Grandes Artistas de Hard Rock. A banda teve uma grande influência sobre o gênero nu metal que surgiram em meados da década de 1990.

Logo após a banda terminar em 2000 lançou o álbum Renegades. Zack de la Rocha começou uma carreira solo, com uma banda chamada One Day as a Lion junto com Jon Theodore (Bateria), e Joey Karam (Teclados).

Depois disso o resto da banda se juntou a Chris Cornell ex-vocalista do Soundgarden e lançaram 3 álbuns com a banda Audioslave. Em 2007, os membros originais, após inicialmente anunciarem o regresso para um concerto único no festival Coachella, decidiram organizar uma digressão que se estenderá a diversos países, entre os quais Portugal.

No dia 9 de outubro de 2010, o RATM faz sua primeira passagem pelo Brasil para tocar no Festival de música SWU na cidade de Itu sendo assim uma das bandas mais esperadas. A apresentação foi histórica e ficou famosa pelo mundo todo como o retorno do Rage Against the Machine.
O Rage Against the Machine já vendeu desde o seu inicio até hoje,mais de 15 milhões de cópias no mundo inteiro,Além de ter ganhado 2 Prêmios Grammy Awards por Melhor performace de Metal para a música "Tire Me" e Melhor performace de Hard Rock por "Guerrilla Radio", e são considerados uma das melhores bandas do género de Rap Metal e Rapcore, além de uma das melhores e mais conhecidas bandas protestantes de todos os tempos.

História
Em 1991, o guitarrista Tom Morello deixou sua banda, Lock Up, querendo começar outra banda. Ele estava em um clube em Los Angeles, onde Zack de la Rocha fazia uma apresentação de freestyle . Morello ficou impressionado, as pessoas diziam, pelos livros de De la Rocha , que queria ser um rapper em uma banda. Morello convidando o baterista Brad Wilk , que anteriormente fez o teste para Lock Up, enquanto De la Rocha convenceu o seu amigo de infância, Tim Commerford de participar como baixista. O recém-batizado Rage Against the Machine nomearam-se depois uma canção que Zack de la Rocha havia escrito para sua ex-banda de Hardcore Punk underground, Inside Out (também a ser o título do álbum não gravado Inside Out). Kent McClard, Com quem Inside Out foram associados, tinha inventado a frase em um artigo de 1989, na revista No Answers .

Logo após a formação, deram a sua primeira apresentação pública, em Orange County, Califórnia, onde um amigo de Commerford estava fazendo uma festa em casa.

O primeiro grande projeto do grupo era, que o álbum de estréia saísse por uma grande gravadora.
A fita demo do Rage Against the Machine, era constituido por doze canções em fita cassete, que venderam 5.000 cópias, que foi revertido todo o dinheiro para o fã clube.

A imagem da capa era o mercado de ações com um triplo jogo gravado para o cartão de embutimento. Nem todas as 12 canções fizeram parte do primeiro álbum e duas canções acabaram sendo incluídas como B-sides, sendo os restantes três canções nunca mais ver um lançamento oficial. Várias gravadoras manifestaram interesse, ea banda finalmente assinou com a Epic Records.

Morello disse: "Epic concordou com tudo que pedimos, e eles acreditaram de que, nós nunca fomos um conflito, desde que tivermos liberdade para criar"

Integrantes
Zack de la Rocha - vocal
Tom Morello - guitarra
Tim Commerford - baixo
Brad Wilk - bateria

Discografia
Álbuns de estúdio
1992: Rage Against the Machine
1996: Evil Empire
1999: The Battle of Los Angeles
2000: Renegades

Álbuns ao vivo
1998: Live & Rare
2003: Live at the Grand Olympic Auditorium

Onde baixar os discos

Fonte: Wikipidea e Alguns Sons

Risca de giz

As vezes faltam
Palavras
Olhares nem sempre dizem tudo
Sobre coisas que nem querem ser ditas
As vezes se tem cabelos
Bagunçados
E mãos
E bocas
Que se distanceiam
E se encontram
Em lugares que nem sempre
São lugares
A mão guia a escrita
O corpo arrepia
O coração bate forte
E para
E bate
Como crianças descobrimos sensações
Entendemos os sentidos
Perdidos
Fluidos
O sorriso no canto da boca
Vêm
Vai
Guia os sons
Desenha os sonhos
E traz a tona
A vida
Vivida da mais pura forma
Simplesmente
Vida
Da flor
A querida
A pessoa em forma de poesia
Você.

Trainspotting - Sem Limites

Não há melhor descrição para o que Danny Boyle quis mostrar com Trainspotting do que o próprio prólogo que inaugura as fortes imagens deste filme rebelde. Deixemos o personagem com a palavra: "Escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadora, carro, CD Player e abridor de latas elétrico. Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha viver. Mas por que eu iria querer isso? Escolhi não viver. Escolhi outra coisa. Os motivos? Não há motivos. Quem precisa de motivos quando tem heroína?”.

É com este discurso que Danny Boyle abre Trainspotting - Sem Limites, o mais completo e corajoso filme sobre sexo, drogas, rock'n'roll, juventude, magreza, polícia, violência, anarquismo, cultura pop, assalto, capitalismo e burguesia já feito no cinema. O argumento de Danny Boyle e do roteirista John Hodge foge do banal e perecível, não é falso moralista tampouco exercício de estilo superficial e corrosivo. Boyle e Hodge testam e atestam o comportamento de um viciado com propriedade, coragem e realismo extremamente assustador, personificando e consagrando personagens desagradáveis. A rigor, Boyle tratou de não julgar nada nem ninguém, apenas mostrou o que devia ser mostrado ao público. Não há, como detrataram os conservadores quando da época de lançamento do filme, glorificação do uso da heroína. Mas não pense que Trainspotting fica em cima do muro, pelo contrário, o filme quebras todas as barreiras.

Aqui sim vale lembrar de Fernando Meirelles, por ocasião de Cidade de Deus. Há muito na obra-prima de Meirelles em Trainspotting, principalmente na estética da montagem e da correria frenética dos personagens, que são diferentes em suas filosofias, mas assemelham-se na essência. O tratamento da edição é meticuloso, com dosagem de humor e violência na medida exata, pois na sequência de cada cena de humor há um contraponto violento e selvagem, o que acaba desconcertando o espectador, que fica sem saber para onde correr. E isso é o efeito da adrenalina de Trainspotting, o filme urgente mais impactante e coerente do new style boy. A montagem eficiente coloca o espectador dentro da ação dramática, que é um verdadeiro carrossel de emoções - entre cenas bem-humoradas e sequências de violência extrema, você vai ficar extasiado.

A temática é complexa, mas Boyle não se escondeu debaixo dos lençois da covardia e desnudou tudo - e mais um pouco. O esteriótipo do binômio pobreza/violência não está mais lá, foi substuído pelo imaginário coletivo social por drogas/violência, e Boyle utilizou sua a abordagem do roteiro trabalhando em cima desta ideia. O diretor pergunta como diminuir os apelos da cultura aditiva e da cultura de violência que caracterizam a sociedade atual, mas não responde nada, deixa reflexões para o espectador. Deve-se dizer, a rigor, que Trainspotting não é um filme fácil, apesar de ter uma história simples e objetiva. A teia de discussões proposta por Boyle e Hodge não se limita ao antagonismo literário, pois o argumento dos dois é uma legítima pérola. Em tempo, é justamente isso que diferencia escritores e operários das letras.

O elenco é formado por jovens futuros astros, como Ewan McGregor, hoje ator de primeiro time em Hollywood. Aliás, o ator escocês demonstra talento e virilidade ao descrever seu personagem, tornando ele interessante e desagradável, o que instiga a plateia a investiga-lo. Robert Carlyle, ator que já era um pouco mais calejado, também demonstra competência e trabalha com garra. Ewen Bremmer e Jonny Lee Miller (ótimo como Spud) completam o time, que ainda traz uma pequena (mas eficiente) Kelly Macdonald.

Boyle mostra muito do seu domínio sob a cultura pop (sim, há semelhanças com Tarantino, mas o projeto de cinema de ambos é diferente) e exercita sua veia musical à exaustão. A trilha, delirante e eclética, encaixa perfeitamente na história, que é alucinada e maluca. E Boyle também filosofa dizendo que ninguém entende os viciados, senão um deles. O diretor constrói personagens sujos e de pouca ou nula educação, quase a todo instante repugnantes, já que o diretor filma e atesta que as escolhas feitas e as atitudes tomadas por eles não poderão ser desfeitas. É o testamento de uma juventude transviada, que vive contra as regras da sociedade e não gosta de ninguém.

Fonte: Tudo [é] crítica 



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Começo.

Ele a olhou por baixo da mesa, suas pernas a mostra o convidaram.
Ela o fitou com um olhar juvenil e doce.

John tentou controlar seus impulsos carnais e sujos, olhou novamente, ela sorriu pra ele.

Ele precisava de uma boa história, ela poderia o ajudar a escrever.

Em um pulo se levantou e caminhou lentamente em sua direção, Susy tentou evitar olhar, não conseguiu.

Ele puxou uma cadeira.

Sentou-se em silêncio em sua frente, tinha a certeza que seria com ela que teria todas as noites loucas e lúcidas de sua vida.

Beberam ali por um tempo. Ele whisky e ela vinho.

Os olhares ficaram mais próximos, e John a desejava ainda mais, se é que isso era possível.
Naquela noite foram juntos para casa, no caminho imaginou de que forma trepariam ou qual cheiro ela exalava.

E logo estavam ali, nus, ele a olhou, aquele pele branca e macia, tocou seu corpo um tempo e deitou entre seus seios, ela o acariciou nos cabelos, e ali ficaram até dormir.
Com uma mulher daquelas, o prazer, era o menor dos prazeres.

Juntos, teriam dali pra frente, todas as histórias pra escrever.


Fiódor Dostoiévski

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski - Moscovo, 30 de Outubro c. juliano / 15 de Novembro de 1821 — São Petersburgo, 28 de Janeiro (c. juliano) / 9 de Fevereiro de 1881) – ocasionalmente grafado como Dostoievsky – foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita."

A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio: seus escritos são chamados por isso de "romances de ideias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações. O modernismo literário e várias escolas da teologia e psicologia foram influenciadas por suas ideias.

Dostoiévski logrou atingir certo sucesso com seu primeiro romance, Pobre Gente, que foi imediatamente muito elogiado pelo poeta Aleksandr Nekrassov e por um dos mais importantes críticos da primeira metade do século XIX, Vladimir Belinski. Porém, o escritor não conseguiu repetir o sucesso até o retorno à Sibéria, quando escreveu o semibiográfico Recordações da Casa dos Mortos, sobre a prisão que sofrera. Posteriormente sua fama aumentaria, principalmente graças a Crime e Castigo.

Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito. Perigoso, segundo Stálin, até 1953 o currículo soviético para estudos universitários sobre o escritor o classificava como "expressão da ideologia reacionária burguesa individualista". Segundo ele mesmo, seu mal era uma doença chamada consciência. A obra de Dostoiévski exerce uma grande influência no romance moderno, legando a ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.

Biografia
Fiódor foi o segundo dos sete filhos nascidos do casamento entre Mikhail Dostoyevski e Maria Fedorovna. A mãe do escritor morreu quando ele ainda era muito jovem, de tuberculose, e o pai, o médico Mikahil Dostoievski, pode ter sido assassinado pelos próprios servos, que o consideravam autoritário. Alguns biógrafos afirmaram que foi quando Dostoievski teve sua primeira crise epilética, fato disputado pelos seus atuais estudiosos, principalmente Joseph Frank.

É aceito hoje por alguns biógrafos, porém sem provas concretas, que o doutor Mikhail Dostoiévski, seu pai, foi assassinado pelos próprios servos de sua propriedade rural em Daravói, indignados com os maus tratos sofridos.

Tal fato teria exercido enorme influência sobre o futuro do jovem Fiódor, que desejou impetuosamente a morte de seu progenitor e em contrapartida se culpou por isso, fato que motivou Freud a escrever o polêmico artigo Dostoiévski e o Parricídio. Freud é muito criicado por alguns estudiosos por ter escrito seu ensaio baseado em rumores, sem uma pesquisa profunda sobre a vida de Dostoiévski.

Joseph Frank apresenta documentos médicos que atestam que Mikhail Dostoiévski morreu, na verdade, de uma apoplexia, e os boatos em contrário foram propagados para diminuir o preço da propriedade dos Dostoiévski, pela qual um vizinho mostrava interesse.

Estilo
Dostoiévski necessitava de dinheiro e sempre fora apressado em concluir suas obras, por isso disse não conseguir realizar seu pleno poder literário. Mais tarde, por saber bem o que as seguintes palavras significavam, disse: "A pobreza e a miséria formam o artista."Embora a frase pareça abrangente e generalizada, Fiódor costumou desviar-se do estilo de escritores que descreviam o círculo da família moldados na tradição e nas "belas formas", e engendrou no caos familiar os que humilhavam e insultavam. Essencialmente um escritor de mitos (e às vezes comparado por isso a Herman Melville), criou um trabalho com uma enorme vitalidade e de um poder quase hipnótico, caracterizado por cenas febris e dramáticas, onde os personagens apresentam comportamento escandaloso, e atmosferas explosivas, envolvidas em diálogos socráticos apaixonados, a busca de Deus, do mal e do sofrimento dos inocentes.

Seus romances ocorrem em um período curto (por vezes apenas alguns dias), o que permite ao autor fugir de uma das características dominantes da prosa realista: a degradação física que ocorre ao longo do tempo. Seus personagens encarnam valores espirituais que são, por definição, atemporais. Outros temas recorrentes em sua obra são suicídio, orgulho ferido, a destruição dos valores familiares, o renascimento espiritual através do sofrimento, a rejeição do Ocidente e da afirmação da ortodoxia russa e o czarismo.

Estudiosos como Mikhail Bakhtin têm caracterizado o trabalho de Dostoiévski como diferente de outros romancistas; ele parece não aspirar por uma visão única e vai além da descrição sob diferentes ângulos, caracterizando-o como romance polifônico. Dostoiévski engenhou romances cheios de força dramática em que os personagens e os opostos pontos de vista são realizados livremente, em violenta dinâmica.

O espaço e o tempo em Dostoiévski são analisados às vezes como "discretos, onde o inesperado não apenas é possível como também sempre se realiza". Através da minimização do tempo de passagem, onde os fatos aparecem de forma de repente, o instante ganha o tempo e logo depois relaxa, desaparecendo nas cenas. Certos autores comparam o tempo e o espaço em Dostoiévski com cenas cinematográficas: o uso constante da palavra russa vdrug (de repente), que aparece 560 vezes na edição russa de Crime e Castigo, tem a proposta de levar ao leitor a impressão de tensão, de desigualdade e de nervosismo, elementos característicos da estrutura do romance dostoievskiano.

Além da palavra vdrug em Crime e Castigo, a literatura de Dostoiévski utiliza muito os números, às vezes usando-os com extrema precisão: a dois passos...., duas ruas a direita, como também usa números elevados e redondos (100, 1000, 10000). Acredita-se que esses elementos são "mitopoéticos": Crime e Castigo possui sete partes (6 partes e o epílogo), sendo que, na composição do romance, ele é dividido em 7 capítulos (cada parte), e a "hora fatídica" é indicada como depois das 7.

Na literatura dostoievskiana, o processo de evolução da humanidade se dá pela repetição de dificuldades e ocasiões, e também pelo uso da memória e da lembrança, por mais infernal que tudo isso possa parecer ao personagem.

Fiódor publicou inúmeros contos: O Mujique Marëi, O Sonho de um Homem Ridículo, Bobock e outros, além de novelas: O Senhor Prokhartchin, A Dócil, O Homem Debaixo da Cama, Uma História Suja, O Pequeno Herói, Uma Criatura Gentil, Coração Fraco e Noites Brancas. Criou duas revistas literárias: Tempo (Vrêmia) e Época, colaborando ainda nos principais órgãos da imprensa russa.

Romances
1846 - Bednye lyudi (Бедные люди); Em Português: Gente Pobre
1846 - Dvoinik (Двойник. Петербургская поэма); Em Português O Duplo: Poema de Petersburgo
1849 - Netochka Nezvanova (Неточка Незванова); Em português: Niétochka Nezvánova
1859 - Dyadyushkin son (Дядюшкин сон); Em Português: O Sonho do Tio, ou O Sonho de Titio, ou o Sonho do Príncipe
1859 - Selo Stepanchikovo i ego obitateli (Село Степанчиково и его обитатели); Em Português: Aldeia de Stiepantchikov e seus Habitantes ou A vila de Stepanhchikov e seus habitantes.
1861 - Unijennye i oskorblennye (Униженные и оскорбленные); Em Português: Humilhados e Ofendidos
1862 - Zapiski iz mertvogo doma (Записки из мертвого дома); Em Português: Recordações da Casa dos Mortos ou Memórias da Casa Morta
1864 - Zapiski iz podpolya (Записки из подполья); Em Português: Memórias do Subsolo, Notas do Subterrâneo, A Voz do Subsolo, Cadernos do Subsolo
1866 - Prestuplenie i nakazanie (Преступление и наказание); Em Português: Crime e Castigo
1867 - Igrok (Игрок); Em Português: O Jogador
1869 - Idiot (Идиот); Em Português: O Idiota
1870 - Vechnyj muzh (Вечный муж); Em Português: O Eterno Marido
1872 - Besy (Бесы); Em Português: Os Demônios ou Os Possessos
1875 - Podrostok (Подросток); Em Português: O Adolescente
1881 - Brat'ya Karamazovy (Братья Карамазовы); Em Português: Os Irmãos Karamazov

Novelas e contos
1846 - Gospodin Prokharchin (Господин Прохарчин); Em Português: Senhor Prokhartchin
1847 - Roman v devyati pis'mahh (Роман в девяти письмах); Em Português: Romance em Nove Cartas
1847 - Khozyajka (Хозяйка); Em Português: A Senhoria ou A Dona da Casa
1848 - Polzunkov (Ползунков); Em Português:Pol'zunkov
1848 - Slaboe serdze (Слабое сердце); Em Português: Coração Fraco
1848 - Tchestnyj vor (Честный вор); Em Português: O Ladrão Honesto
1848 - Elka i svad'ba (Елка и свадьба); Em Português: Uma Árvore de Natal e Uma Boda
1848 - Tchujaya jena i muj pod krovat'yu (Чужая жена и муж под кроватью); Em Português: [[O homem debaixo da
cama]] ou A Mulher Alheia e o Homem Debaixo da Cama
1848 - Belye nochi (Белые ночи); Em Português: Noites Brancas
1849 - Malen'kij geroi (Маленький герой); O Pequeno Herói
1862 - Skvernyj anekdot (Скверный анекдот); Uma História Suja ou Uma História Lamentável
1865 - Krokodil (Крокодил); Em Português: O Crocodilo
1873 - Bobok (Бобок); Em Português:Bóbok
1876 - Krotkaia (Кроткая); Em Português: Uma Criatura Gentil, também A Dócil, A Meiga, Ela era doce e humilde e Ela.
1876 - Mujik Marej (Мужик Марей); Em Português: O Mujique Marei
1877 - Son smeshnogo tcheloveka (Сон смешного человека); Em Português: O Sonho de um Homem Ridículo

Não ficção
1863 – Ziminie Zamietki o lietnikh vpyetchatleniiakh (Зимние заметки о летних впечатлениях); Em Português: Notas de Inverno sobre Impressões de Verão
1873 – 1878 Dnievnik pissatelia (Дневник писателя); Em Português: Diário de um Escritor

Cartas
Suas cartas foram publicadas postumamente em antologias diversas.

Fonte: Wikipidea

Brisa da tarde

Deitada sobre a luz do sol
Pelada
Não com lençol
Escolhe seu melhor livro de poesia
E transforma, o seu tédio em dia.

Los Hermanos

Los Hermanos é uma banda brasileira de rock alternativo formada no Rio de Janeiro em 1997, que mistura rock com elementos da música brasileira como o samba e a MPB, além de ter flertado com o ska e o Hardcore, o último principalmente em seu álbum de estreia. O som do grupo foi largamente influenciado pelas bandas do underground carioca dos anos 90, tais como Acabou La Tequila, Carne de Segunda e Mulheres Q Dizem Sim e pelo som da banda americana Weezer, Mr. Bungle e Squirrel Nut Zippers.

Na apresentação da banda no VMB do ano de 2003, quem os apresentou foi o cantor e compositor Caetano Veloso. Porém, ao anunciar a banda, Veloso colocou uma barba ruiva postiça, tal como todos os membros das primeiras filas da premiação. Ato classificado como "mico", pelo tecladista Bruno Medina.

Após uma apresentação no programa Domingão do Faustão, na qual a banda tocou a música Anna Julia, uma vez que o apresentador Fausto Silva insistia em dizer que a banda "nunca mais tocara" a canção, a banda recebeu um email de uma fã, questionando e criticando o apresentador. Crítica que foi rebatida pelo tecladista Bruno Medina, no próprio site da banda.

O vocalista Marcelo Camelo foi agredido, em julho de 2004, pelo vocalista Chorão, da banda Charlie Brown Jr. A agressão ocorreu na sala de desembarque do aeroporto de Fortaleza e o agressor, chegou a ser detido pela Polícia Federal. Chorão, mesmo enviando uma nota pedindo desculpas pelo acontecimento, foi processado por Camelo e teve que indenizar o cantor da banda carioca por danos morais e ressarcimentos de compromissos cancelados. A agressão ocorreu por causa de declarações de Marcelo Camelo e de Rodrigo Amarante, à revista OI, sobre a então recente campanha publicitária da marca de refrigerantes Coca-cola. Na ocasião, a banda paulista era a contratada e, no vídeo, questionava um rapaz que não estava de acordo com os itens oferecidos no comercial

O início e a repercussão
Os até então estudantes da PUC-RJ, Marcelo Camelo(jornalismo) e Rodrigo Barba(psicologia), iniciaram a formação de uma banda com características voltadas para o peso do hardcore e com a leveza de letras que abordavam a temática do amor [8]. Além disso, a banda contava com um saxofonista e, posteriormente, o tecladista Bruno Medina, estudande de publicidade na mesma faculdade, seria incorporado à formação do grupo, acrescentando um diferencial em um banda dita como do gênero citado.

Com a entrada dos músicos Rodrigo Amarante (vocais, guitarra e percussão) e Patrick Laplan (baixo) e com a saída de três músicos de sua formação (o trompetista Márcio e os saxofonistas Carlos e Victor), a banda gravou, em 1997 seus primeiros materiais: as demos "Chora" e "Amor e Folia".

As demos repercutiram na cena underground do Rio de Janeiro e, posteriormente, os Los Hermanos foram chamados para tocar no "Superdemos", grande festival de música independente carioca e no festival Abril Pro Rock, de Recife, considerado um dos festivais que mais revelam artistas nacionais.

Discografia
Estúdio
1999 - Los Hermanos
2001 - Bloco do Eu Sozinho
2003 - Ventura
2005 - 4

Ao vivo
2004 - Ao vivo no Cine Íris
2007 - Los Hermanos na Fundição Progresso

Coletâneas
2006 - Perfil

Não-oficiais
2001 - Bloco do Eu Sozinho, Ensaios - Pré-produção do CD homônimo
2003 - Bonança - Pré-produção do disco Ventura

Demos
01/1998 - "Amor e Folia" (contém "Descoberta", "Azedume", "Eu Te Dei", "Vai Embora" e "Barbara")
10/1998 - "Chora" (contém "Deus e o Diabo", "Tão Sozinho", "Pierrot", "Primavera" e "Quem Sabe")

Onde baixar os discos

Fonte: Wikipidea e Alguns Sons

Unhas

Nem sempre se tem um começo
Nem sempre se tem uma idéia
Grandes momentos não vem em pares
Grandes pessoas custam surgir
Sinto a brisa noturna nas costas
Sinto o som das teclas
E o som da vida
Eu vivo
Todos os dias penso
Em quais dias não conseguirei mais pensar
Ficarei morto pro mundo
E vivo pra mim
E morto pra mim
E pronto
E pronto
Pra encarar a dura
A máxima
A precisa
Resposta pra todas as perguntas que sempre tive
Quem sou eu ?
Sou só
Eu.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Festa de Família

Até pouco tempo não sabia o que era o Dogma, sua importância para o Cinema Dinamarquês e muito menos quais filmes faziam parte da lista do movimento. Antes de falar sobre o maravilhoso Festa de Família, é necessário dar uma pequena palhinha sobre o que é o Dogma e suas principais características, para saber um pouco mais do valor do filme e o entender de uma maneira melhor e mais profunda. E, acreditem, não é perda de tempo, é um dos melhores filmes já feitos na história do cinema.
Não é para qualquer um, esse é o primeiro lema que você deve seguir à risca. São temas delicados, trabalhados de forma mais dramática que o normal, favorecida pelas características do movimento. Algumas pessoas podem achar chato, mal feito, mas não é essa a preocupação dos filmes e seus realizadores, e sim fazer refletir, mergulhar o espectador em histórias delicadas e cheias de emoção. Ou seja, fazer cinema na denominação mais seca e crua.

O Dogma nasceu em 1995 com essa premissa simples e direta. Ele foi idealizado por 4 diretores (Lars von Trier, Thomas Vinterberg, Soren Krag-Jakobsen e Kristian Levring) e seguia uma série de normas que deveriam ser seguidas à risca pelos realizadores, tais como música somente se for ambiente, o diretor não deveria ser creditado, luz somente natural e etc, totalizando dez características (que não convém citar e explicar todas agora, isso fica para um especial depois). Isso explica muita coisa no aspecto técnico do filme, que alguns podem rejeitar só de olhar para a imagem, mas deu um complexo maior a tudo o que acontece no filme, tudo deve ser pensado, trabalhado para que suprisse essa falta de recursos.

Falando de Festa de Família em si, ele foi o primeiro filme a ser lançado no movimento, sendo conhecido, então, como “Dogme #1: Festen”. Saiu em 1998 e causou um rebuliço no mundo do cinema, onde as diversas pessoas, acostumadas a ver as evoluções tecnológicas um ano após o outro, levaram um tapa na cara com Festa de Família e todo o retrocesso proposital da fita. Thomas Vinterberg, o diretor que também assina em conjunto o roteiro com Mogens Rukov, saiu na frente, arriscando tudo e se expondo para toda a reação que essa nova onda poderia causar.

Alguns consideraram pretensioso demais, mas a verdade é que Festa de Família é muito mais do que uma revolução no cinema: a história é fantástica (será comentada mais a frente), o ar teatral pela falta de luz e músicas valorizou ainda mais as interpretações dos atores, que se superaram para trazer algo bastante convincente, os ângulos de câmera tiveram que ser bem mais pensados, os cortes eram ousados e davam um ritmo frenético às cenas mais intensas. Enfim, em termos de tecnologia realmente Festa de Família parece ser bem antigo. Agora em termos técnicos, mostrou ser superior a qualquer outro filme grande da atualidade.

A bela história é sobre uma festa de um grande homem de família, Helge (interpretado por Henning Moritzen), pai de 4 filhos, sendo que um faleceu recentemente. Ele completa 60 anos e aproveita a ocasião para reunir toda sua enorme família para uma comemoração. Aos poucos vamos conhecendo os personagens e suas personalidades. Primeiro, logo no começo do filme, somos apresentados a Christian (Ulrich Thomsen), o bonzinho e mais velho, no qual pega carona com seu irmão mais novo Michael (Thomas Bo Larsen) até a festa. Nessa cena também conhecemos a forte personalidade de Michael, já que, para levar o irmão, ele deixa a mulher e os três filhos para completarem o resto do percurso a pé. Isso mesmo, é o grosso da família. Christian é o orgulho, homem bem sucedido dono de 2 restaurantes na capital Francesa, enquanto Michael é a ovelha negra, o filho que todos tentam ajudar e nunca progride.

Durante a festa, diversos pontos delicados são abordados pelo diretor, tais como preconceito (Helene, irmã mais nova de Christian, e seu namorado negro), pedofilia (um dos principais casos do filme), traição (Michael e seu caso) e morte em família (a causa da morte de Linda, a irmã gêmea de Christian). É difícil se aprofundar na história sem que detalhes importantes não sejam revelados, mas é em torno desses polêmicos temas que o filme gira. A cada novo discurso durante o almoço / jantar, mais um motivo para preocupação familiar (e delírio de quem assiste ao filme). É incrível como tais revelações movimentam o filme, trocando identidades entre os personagens, fazendo com que o bom seja mau e o mau seja bom, mostrando toda a sujeira por trás desta grande família.

O filme é tão bem executado e foi tão bem preparado que a fotografia acabou tornando-se algo genial. As luzes naturais utilizadas a noite estão fantásticas, pois até uma cena no meio de uma floresta (o que uma floresta tem a ver com a festa? Assistam e comprovem) é perfeitamente aplicada, sem deixar o espectador confuso e muito menos perdido. A metáfora da sujeira na tela então, conforme mais revelações vão sendo feitas, é algo, no mínimo, fantástico. Infelizmente não pode agradar a todas por causa dessa falta de convencionalismo no qual foi produzido. A câmera, por exemplo, está sempre em movimento, nunca sendo usado um tripé para que a imagem fique fixa. A cada dramatização, mais movimentos são feitos, envolvendo quem assiste ainda mais. Tudo aqui tem que ser muito mais pensado.

Pretensioso ou não, Festa de Família já conseguiu conquistar o seu lugar na história do cinema. Tem um valor todo especial, por ter sido o primeiro e tendo agüentado todo o impacto das mudanças que foram estipuladas. É um filme feito muito mais do que ser curtido e emocionar, é uma lição de vida, é uma lição de superação pessoal. E, acredite, não é muito difícil encontrar pessoas que se enquadrem no mesmo tipo de situação.

Crítica: Cineplayers/Rodrigo Cunha




Piada

Sai na rua e tentei ver alguma coisa que me interessasse, tinha sorveteiro, carpinteiro, marceneiro, punheteiro, maconheiro, puta, tinha lixo, carro, bicicleta, moto, helicóptero, avião, piloto, palhaço, malabarista, militante, guarda, cantor, tinha tudo, eu vi um bar, tinha muita gente bonita lá, eu não iria entrar, andei mais um pouco, sentei na calçada, ri um tanto e percebi que o escroto era eu.

Fabrício Carpinejar

Fabrício Carpi Nejar, ou Fabricio Carpinejar, como passou a assinar em 1998 (Caxias do Sul, 23 de outubro de 1972) é um poeta e jornalista brasileiro.

Filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi, adotou a junção de seus sobrenomes em sua estréia poética, As solas do sol, de 1998. Em 2003 publicou, pela editora Companhia das Letras, a antologia Caixa de sapatos, que lhe conferiu notoriedade nacional.

Desde maio, mantém a coluna que antes era ocupada por Moacyr Scliar no jornal Zero Hora.
É mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Livros publicados
As solas do sol
Um terno de pássaros ao sul
Terceira sede
Biografia de uma árvore
Caixa de sapatos
Meu filho, minha filha
Canalha
Diário de um apaixonado
Mulher perdigueira
Beleza Interior
O Amor Esquece de Começar
Borralheiro

Prêmios
Prêmio Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores (1998)
Prêmio Destaque Literário da 46º Feira do Livro de Porto Alegre (2000)
Prêmio Açorianos de Literatura (2001)
Prêmio Marengo D’Oro – Itália (2001)
Prêmio Cecília Meireles, da União Brasileira de Escritores (2002)
Prêmio Açorianos de Literatura (2002)
Prêmio Nacional Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (2003)

Citações
Liberdade na vida é ter um amor para se prender.

Por fora, já desistiu. Por dentro, sempre descobre alguma desculpa para recomeçar.

Até que a morte nos separe é muito pouco pra mim. Preciso de você por mais de uma vida.

Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.

Ando no escuro para tocar onde não devo. Amor é tocar onde não se deve. E curar sem entender a doença.

Teimoso é o que repete a pergunta esperando que a gente mude a resposta.

Há feridas que nunca curam, apenas se esquecem de doer.

Punhal

Hoje a noite
Os gatos foderiam até tarde
As pessoas dormiriam em suas casas
Sinais vermelhos
Sinais verdes
Música alta
Paisagens escondidas por entre as cidades
O mundo daria mais uma de suas voltas
E eu ficaria no centro dele.

Radiohead

Radiohead é uma banda inglesa de rock alternativo, formada no ano de 1988[1] em Oxford por Thom Yorke (vocais, guitarra, piano), Jonny Greenwood (guitarra), Ed O'Brien (guitarra), Colin Greenwood (baixo, sintetizador) e Phil Selway (bateria, percussão).

Os Radiohead lançaram o seu primeiro single, "Creep", no ano de 1992 e o seu primeiro álbum de estúdio, Pablo Honey, em 1993. Ainda que o single de "Creep" não tenha feito sucesso quando foi lançado, seu relançamento, no ano seguinte, fez da canção um hit internacional. A popularidade desta banda no Reino Unido aumentou com o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, The Bends, em 1995. A textura atmosférica das guitarras e o falsete de Thom Yorke foram bastante aclamados por críticos e fãs. Com o lançamento de OK Computer em 1997, os Radiohead ganharam fama mundial. Contando com um som bastante expansivo e temas sobre a alienação moderna, OK Computer é aclamado até hoje como um marco dos anos 90.

O lançamento de Kid A, em 2000, e de Amnesiac, em 2001, marcou o pico da popularidade dos Radiohead, ainda que estes dois álbuns tenham tido opiniões controversas entre críticos e fãs. Este período marcou uma considerável mudança no som dos Radiohead, com a banda incorporando elementos experimentais de música eletrônica e jazz nas suas composições. Hail to the Thief (2003), sexto álbum de estúdio da banda, mesclou todos os estilos que a banda já empregou em sua carreira, como as guitarras distorcidas, música electrônica e letras contemporâneas. Dando sequência ao lançamento de Hail to the Thief, os Radiohead entraram em hiato, saíram de sua gravadora EMI e lançaram o seu sétimo álbum, In Rainbows, em 2007, por meio de download digital, pelo qual os compradores escolhiam o quanto queriam pagar.

Influências musicais
A maioria das influências dos membros do Radiohead foram Queen e Elvis Costello, bandas de post-punk como Joy Division e Magazine e bandas alternativas dos anos 80, como R.E.M., Pixies, The Smiths e Sonic Youth.

Em meados dos anos 90, a banda começou a demonstrar interesse em música eletrônica, especialmente no grupo de trip-hop Massive Attack, no rock experimentalista do Nine Inch Nails e no ato de hip-hop instrumental do DJ Shadow, citado como a principal influência para o álbum OK Computer. Outras influências deste álbum incluem Miles Davis e Ennio Morricone, junto com outros grupos de música pop dos anos 60, como The Beatles e The Beach Boys.

Jonny Greenwood também citou o compositor Krzysztof Penderecki como inspiração para OK Computer. Durante essa época, muitos críticos notaram a semelhança musical entre OK Computer e álbuns de bandas de rock progressivo, como Pink Floyd, sendo que Greenwood realmente é entusiasta da banda, ao contrário de Yorke. O estilo eletrônico de Kid A e Amnesiac foi o resultado da admiração de Thom Yorke por música ambiente, techno e outras vertentes da música eletrônica. O jazz de Charles Mingus e Alice Coltrane e bandas Krautrock dos anos 70 foram outras importantes influências durante esse período.

O interesse de Jonny Greenwood em música clássica do século XX tornou-se aparente em algumas faixas de Kid A, onde ele tocava um ondas Martenot, um instrumento eletrônico popularizado por Penderecki e Olivier Messiaen. Em Hail to the Thief, a banda não abandonou as influências eletrônicas dos dois álbuns anteriores, mas retornou à antiga ênfase nas guitarras. The Beatles e Neil Young foram a fonte de inspirações musicais durante esse período, mas os membros do Radiohead não negaram a influência da música clássica e do Krautrock nesse álbum. Desde 2005, enquanto trabalhavam no álbum In Rainbows, a banda continuou a mencionar rock experimental e música eletrônica, dentre outros gêneros musicais.

Discografia
Álbuns de estúdio
Pablo Honey (1993)
The Bends (1995)
OK Computer (1997)
Kid A (2000)
Amnesiac (2001)
Hail to the Thief (2003)
In Rainbows (2007)
The King of Limbs (2011)

Onde baixar os discos

Fonte: Wikipidea e Alguns Sons

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ao cair da noite

Quente
Muito quente
Meu corpo tentava me explicar as coisas que nunca consegui saber
Olhares
Olhares, olhares
Eu via aquilo tudo, e tudo, estava ali
Um deleite visual e sereno
De hoje em diante
Teria todas as noites pra reviver aqueles momentos
Era o tempo tomando conta de mim
E eu, tomando conta do tempo.

Cisne negro

O artista é louco e frágil ao mesmo tempo. Ele se entrega à arte, seja ela qual for, e se desintegra dentro dela. É preciso dar um resultado, não somente para o admirador, mas para ele mesmo. O artista é capaz de se transformar em sua arte para conseguir o resultado perfeito. “Cisne Negro” é uma leitura da arte como obsessão, que busca um perfeccionismo que pode ser destrutivo, ainda que eu acredite que o longa possa ser interpretado de inúmeras formas (todas maravilhosas).

Na trama, Natalie Portman interpreta Nina, uma bailarina correta e rigorosa consigo mesma. Nina sabe que é talentosa, mas sua ingenuidade e fragilidade a transformam em presa fácil no meio das outras bailarinas. Ela então tem a oportunidade que sempre sonhou: estrelar uma nova adaptação de “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky, que mostra a dualidade entre o cisne negro e o cisne branco, uma espécie de bem e mal. Enquanto Nina se prepara para o papel, seu psicológico se desintegra até que ela se transforma no próprio Cisne.

No prólogo de “Cisne Negro”, vemos Portman dançar junto com a câmera de Darren Aronofsky, quando a atriz e o cineasta se encontram em uma sequência reveladora. Portman, exímia intérprete, e Aronofsky, diretor competente, estão juntos nesta cena para levar ao público uma experiência sensorial e emocional há muito tempo não vista. Eles, como pessoas reais e não como personagem/diretor de um filme, se transformam na própria obra cinematográfica. É nesta transformação entre Portman/Nina e Aronofsky/Aronofsky que o filme se mostra perfeito e íntimo.

Darren Aronofsky demorou um tempo para ser reconhecido e sua indicação ao Oscar é tardia. Assim como os especialistas ignoram o seu talento, o público também não compreendia por completo as ideias do cineasta em suas obras. Natalie Portman, com uma filmografia sempre correta, também teve problemas com o reconhecimento nas premiações, ainda que seja a queridinha do público. Com “Cisne Negro”, os dois alcançam o merecido reconhecimento. Ele pela filmografia genial (ainda que “Fonte da Vida” seja sua obra prima master) e ela por ser a maior revelação dos últimos anos no Cinema, com uma carreira que no futuro será a única se igualar a Meryl Streep.

Em “Cisne Negro”, temos perfeição técnica fílmica. Não detalharei questões como trilha sonora, fotografia, edição e efeitos visuais porque eles não são elogiáveis separadamente. O longa é completo per si, chegando a uma perfeição estética assustadora e sensível ao mesmo tempo. Aronofsky acertou em todos os detalhes da produção, principalmente no elenco, que dança durante toda a projeção. Além de Portman, o bom desempenho de Vincent Cassel, Barbara Hershey e principalmente de Mila Kunis completam o delírio.

Apesar da repercussão dos filmes e dos mais novos fãs de Aronofsky, o Oscar não entregará a estatueta ao cineasta, mas somente para Portman. Mesmo assim, o reconhecimento é essencial e reforça a nova tendência dos filmes cults comerciais, como foi com “A Origem” e geralmente é trabalhado por diretores como Quentin Tarantino e Pedro Almodóvar. Aronosfky tem muito talento para continuar se superando a cada película (excetue o vindouro “The Wolverine”), então uma estatueta não precisa ser imediata e certamente virá em algum momento.

“Cisne Negro” é um espetáculo inigualável e causa sensações variadas, saindo do lugar comum sem ir muito longe. O filme reforça que a magia da Sétima Arte continua em grandes histórias contadas por grandes cineastas, não somente em filmes fast food que arrecadam grandes bilheterias. Que muitos outros “Cisnes Negros” possam vir nos próximos anos para que, assim como um dia Griffith, Bergman, Eisenstein, Glauber Rocha, etc escreveram linhas na história do cinema mundial, daqui a mais 100 anos sejamos reconhecidos por grandes produções e realizadores.

Fonte: Diego Benevides/Cinema com rapadura