quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Meu lugar

E ali estavam
Bêbados
Maltrapilhos
Andarilhos
Putas
Jovens sem talento
Velhos degenerados
Filósofos de boteco
Todos sorrindo com os poucos dentes que restavam
E eu ali estava
E ali era onde eu sentia ser
O meu lugar.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Bom dia, boa noite

Três dias
Os olhares
Os sorrisos
A maneira como tocava meu rosto
Ou encostava no meu peito
O primeiro sorriso pela manhã
E o último
E ela estava ali
Chegou
E mostrou em momentos simples
Que viver nunca mais seria da mesma maneira
Se ela não estivesse por perto
Ela
Era ela

Aqui, ali

Conheceram-se numa noite fria, não tinham mais o tempo que passou e acreditavam que dali pra frente às coisas seriam diferentes, e foram, com o passar dos dias vieram os olhares, dos mais puros aos mais enfáticos, e ali estavam os dois, tentando viver o que esperavam da vida, ela mexia as mãos levemente por entre seus cabelos, ele a fitava de cima a baixo por horas e horas, eles tinham algo ali que funcionava de uma maneira ímpar, deslizavam as mãos e os corpos que se esparramavam na cama de madeira antiga com os pés destruídos por traças, o mundo poderia ruir e aqueles pés de cama continuaram ali protegendo o universo perfeito que os dois construíram, e o vento entrou pela janela e mesmo o frio nada seria quando estivessem juntos, se olharam enquanto a noite caia e decidiram que juntos poderiam ser felizes, como nunca imaginaram ser.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Olhos

Telas
Telas
E telas
Tinta branca no quadro azul
Tinta azul no quadro branco
As vezes esqueço a caneta
As vezes eu sou meio careta
Cabelos cabelos
E unhas manchadas
Molhadas
Cortadas ou roidas tratadas ou feridas
De corpos e corpos
E corpo
Um único corpo
Puro
Da janela vem o ar
As vezes quente
As vezes frio
Sou artista da galeria
Que é chamada de Brasil

Caricatura

E ela sorriu com a alma
Mostrou os dentes brancos
De uma juventude ímpar
Apareceu
Encantou
E começou a fazer parte
Do todo
De tudo
Ouviu atenta as palavras
E despejou várias delas
E o tempo
O curto tempo
Se tornou longo
E lá estava ela
E lá estava ele
E lá estavam.

Linearidade

Eu tinha me afastado um tempo das linhas que traçava com palavras, sentia falta dos momentos de troca que me apeteciam diariamente, as divagações, os olhares despejados a seres pensantes ou não pensantes, tudo era uma questão de ser, ou não ser, o jovem, o bêbado, o poeta, a criança que contava as coisas para o mundo e que se escondia dele em muitos dias, era tudo uma soma de coisas que eu tentava entender e que me confundia mais e mais a cada momento que eu decidia contar o que sentisse de fato, eu tinha me afastado delas, e as linhas tanto me fizeram falta e me completaram quando decidi não escrever mais por hoje.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Relevo

E quantas pessoas eu esperei
Entre os olhares
E dias
E noites
Elas Lindas, cada uma com seus signos
Me mostravam suas verdades
E quantas
Quantas delas
Me fizeram esperar
E quantas delas eu o fiz
E quantas
Quantas delas
E elas
E eu
A noite
Sozinho.

Um ar, um bar

Eu a vi empunhando um cigarro
Um olhar angular
Me lembrava as vanguardas
E os cafés da frança
Sorria com a alma
Tinhas as formas das musas de 60
E o jeito de mexer com as mãos de uma mulher moderna
Era branca
Era une femme
Era a resposta da noite
E a pergunta dos dias
Era
Ela.

domingo, 3 de junho de 2012

Daqui a pouco

E lá estava ela
Na labuta diária
Correndo pra lá e pra cá
Tinha olhos
Lindos olhos azuis
Lembrava os fáróis dos carros antigos
Sorria com a alma
E contagiava todos
O modo como projetava seus lábios em forma de coração
E a maneira como falava com as pessoas
Mudava tudo
Passou noites sem dormir pra fazer a diferença
Ajudou sua mãe
E seu avô
E percebeu que o verdadeiro valor das coisas ali se encontrava
Se assustou com os problemas
Mas voltou melhor que nunca deles
Pra sorrir novamente
E fazer a diferença
Porque só ela
Sabia alegrar os meus dias
E só ela
Era a pessoa mais feliz que já conheci.

Low

Um olhar
E uma flor vermelha
Um sorriso
De orelha a orelha
Uma mulher
E uma vida inteira

domingo, 6 de maio de 2012

Nem tudo

Uma estrada, um olhar e todos os problemas, todas as loucuras, todas as pessoas e todos os amores seriam apenas quilômetros perdidos, quando me faltasse a lucidez.

domingo, 29 de abril de 2012

Ao fundo, ao mundo

O vento
E o tempo
A noite desenhada
Não como esperada
Olhares
Vários olhares
E um jovem só
Um lugar pra chamar de seu
E a falta dele
Não tinha o amanhã
O tempo
O vento
A mulher
O olhar
O toque
O beijo
A ausência
E mais um dia
Mais uma noite
Em algum lugar do mundo.

terça-feira, 24 de abril de 2012

T de ter, S de ser


E eu teria todas as manhãs
Todos os olhares
Todas as pessoas
Todos os lugares
E quando todos me faltassem
Teria o tempo
Teria o sorriso
Teria a chuva
Teria o amor
E enquanto eu tiver
Tiver a vida
Terei você
E serei feliz.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

De volta ao leito da terra

Reduzidos a um cubículo
Era apenas um momento
O último
O primeiro
E todos os olhares voltados a você
E todas as pessoas
E todos os momentos que viveram
Os amores
Os beijos dispensados a uma pessoa
Ou várias delas
As coisas que nos permitimos viver
E o que deixamos de fazer de fato
Lágrimas, o silêncio profundo
Pessoas cortariam as unhas
Ririam no cinema
Outras tomariam banho
Ou se emocionariam com seu primeiro amor
Milhares delas nem saberiam o fim que tomei
Várias delas que estiveram comigo em alguma parte do tempo
E não puderam se despedir adequadamente
E aquelas vezes que fomos orgulhosos
Que brigamos sem motivo
Que deixamos de nos desculpar
De abraçar
De dizer a alguém, eu te amo
Serão apenas momentos que passaram e não existiram
E a morte, há a morte
Seria um triste ensaio sobre a vida
Ou a falta dela.

domingo, 15 de abril de 2012

Mais um olhar, mais uma noite

Loucura
Pulsante e viva
Tirei ela de lado
Disse a ela que era a melhor da noite
Me fitou por um tempo
Abriu um sorriso sereno e safado
Disse quem era
Me olhou mais um tempo
E lá estávamos
No jogo de bocas e corpos
Nos pegamos ali mesmo
Trepamos loucamente como nunca antes
Ela sorriu
Eu também
E a vida seguiu seu fluxo.

sábado, 14 de abril de 2012

Poema para a mulher da minha vida

Nos conhecemos a 24 anos atrás
Você me deixava seguro
Me protegia do frio
Contava histórias pra mim todas as noites
Dizia que eu teria um belo futuro
Me mostrava para todas as amigas
Para suas irmãs
Me apresentou até pros seus pais
Me colocou pra dormir
Vigiou meu sono
Cuidou de mim quando estava doente
Deixou de comprar as melhores roupas
Os melhores sapatos
Desistiu de alguns sonhos, para que eu pudesse sonhar
Me educou
Me ensinou a ser homem
Me fez chorar em várias noites
Me fez sorrir em milhares delas
E mesmo que eu conhecesse mil mulheres
Nem uma me olharia com tanto amor
Nenhuma deixaria sua vida para que eu vivesse a minha
Você é mais que uma mulher
É mãe, e o grande amor da minha vida
Te amo.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Porta jóias

Hoje pego um caderno
Não tenho mais as letras que se foram
Não tenho palavras
Nem declarações de amor
Não tenho sorrisos
Nem lágrimas
Sou só um garoto
Errante
As vezes louco
As vezes gênio
Um pequeno pedaço de nada
E de tudo
Espelhos
Sons
Pessoas que vem e vão
E deixam e ficam
E partem e voltam
Deixam tudo como está
E tudo volta a ser dia
No dia em que vi
Em que olhei
Em que pensei
Em te ver
E se foi
E é fim.
E é sim
Assim que o tempo acabar.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Neblina e pecado

Poderia ser tudo diferente
Sentei mais uma vez na cadeira
Um copo
Um corpo
Uma noite estranha
Lá fora o mundo seguia seu fluxo
Falta de líbido
Libertinagem
As relações humanas acontecendo
Poderia ser tudo diferente
Mas era apenas
Um copo
Um corpo
E mais uma noite estranha
Em algum lugar do mundo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Desatento

Olhar vago
A verdade no ar
Um dia
Outro dia
Uma vida
Outra vida
Um cara
Uma história
E a vontade intensa de viver
Momentos lúcidos ou loucos
Olhei pela janela
E notei
Tinha um mundo todo
Só pra mim.

domingo, 1 de abril de 2012

Busca

Um cubículo, e um jovem, morte e vida, não era Severina, morte e vida, a tela azul, a pedra de gelo, o olhar, vazio, o olhar, eu olho, e componho as frases que parecem sem sentido, já não me expresso tão bem como antes, já não sei de fato o que quero, mas era uma noite quente, era um lugar do mundo, e eu era um jovem, um jovem que cria histórias pra tentar justificar e mudar a sua.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sozinho na multidão

Hoje tinha poucas palavras
Uma frase
Um verso
Um momento
Um quarto
Poucas ideias
Cansaço
O corpo pesaroso
Quase morto
Me sirvo um copo de vida
Me alcoolizo
Respiro o ar que entra pela janela
E caio em sono profundo
Mais 24 horas
E um dia lúcido pra começar tudo novamente.

terça-feira, 27 de março de 2012

Um olhar, uma noite

Todos os dias
Todas as horas
E todos os olhares
Serão apenas
Momentos
Quando não estiver comigo.

sábado, 24 de março de 2012

Sempre, nunca

Três dedos e duas pedras de gelo
O olhar fixo para ela
Toco os cabelos e passeio por teu rosto com as mãos
Um gole do meu destilado favorito
Minha boca na dela
O cheiro da sua pele me atingia
Ela se serve de uma também
Solta o vestido e o deixa cair no chão
No seu corpo me encontro
E me perco
Ela dança com a alma
Desfila a beleza diante de mim
Deixo o copo de lado
As relações humanas acontecem
Eu e ela
E o ciclo vicioso de uma vida toda
Beber
Trepar
E amar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

7 letras e 7 dias

Surgiu serena como a noite
Não era de cabelos que ela vinha
Era de uma pureza extrema
Quase contestadora
O sorriso surgiu nos primeiros dias
Momentos
Segredos
E a vontade louca de estar
Ela tinha algo no fim daquele sorriso
Um lance único e inigualável
Tinha um jeito de falar
De olhar
De esconder o rosto com os cabelos
A maneira impar de mexer os lábios
E de sentir
E eu sentia
Que não era o tempo que passava pra ela
Era a vontade louca
De viver
E vivendo
Veria mais um ano
Acordaria cedo
Olharia pro lado
E teria finalmente
Um feliz aniversário.