Alain Robbe-Grillet (Brest, 18 de agosto de 1922 — Caen, 18 de fevereiro de 2008) foi um escritor e cineasta francês. Era, assim como Nathalie Sarraute, Michel Butor e Claude Simon, uma das figuras mais associadas com o movimento denominado nouveau roman ("novo romance").
Robbe-Grillet era membro da Académie française desde 25 de março de 2004, quando sucedeu Maurice Rheims na cadeira número 32. Deixou viúva a também romancista Catherine Robbe-Grillet.
Romances
Un régicide (1949)
Les Gommes (1953)
Le Voyeur (1955)
La Jalousie (1957)
Dans le labyrinthe (1959)
La Maison de rendez-vous (1965)
Projet pour une révolution à New York (1970)
Topologie d'une cité fantôme (1976)
Souvenirs du Triangle d'Or (1978)
Djinn (1981)
La Reprise (2001)
Un roman sentimental (2007)
Coletâneas
Instantanés (1962)
Ensaios
Pour un Nouveau Roman (1963)
Le Voyageur, essais et entretiens (2001)
Ficções de carácter autobiográfico
Le miroir qui revient (1985)
Angélique ou l'enchantement (1988)
Les Derniers Jours de Corinthe (1994)
Citações
O verdadeiro escritor não tem nada a dizer. O que conta é o modo que ele diz.
Para um escritor, não existem duas maneiras possíveis de escrever um mesmo livro. Quando pensa num futuro romance, é sempre um estilo que antes de mais nada lhe ocupa a mente e que exige sua mão. Tem na cabeça movimentos de frases, arquiteturas, um vocabulário, construções gramaticais, exatamente como um pintor tem na cabeça linhas e cores. O que acontecerá no livro vem depois, como que segregado pelo próprio estilo. E, uma vez terminada a obra, o que surpreenderá o leitor ainda é essa forma que se pretende desprezar, forma esta cujo sentido frequentemente ele não poderá dizer com exatidão, mas que constituirá para ele o mundo particular do escritor.
A carne das frases sempre ocupou, sem dúvida, um grande espaço no meu trabalho. Mas se não estou na minha mesa. Mesmo se não estou na minha mesa, suas figuras movediças não cessam de me perseguir. Repito palavras, ritmos, experimento sonoridade, organizo ecos e rupturas.
Essa incansável atividade, pela qual as mãos pacientes esposam com lentidão a própria matéria da linguagem, ao mesmo tempo firme e fluida, sua prosódia, sua textura, apresenta claramente um caráter antes de tudo sensual.
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