quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Meu lugar

E ali estavam
Bêbados
Maltrapilhos
Andarilhos
Putas
Jovens sem talento
Velhos degenerados
Filósofos de boteco
Todos sorrindo com os poucos dentes que restavam
E eu ali estava
E ali era onde eu sentia ser
O meu lugar.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Bom dia, boa noite

Três dias
Os olhares
Os sorrisos
A maneira como tocava meu rosto
Ou encostava no meu peito
O primeiro sorriso pela manhã
E o último
E ela estava ali
Chegou
E mostrou em momentos simples
Que viver nunca mais seria da mesma maneira
Se ela não estivesse por perto
Ela
Era ela

Aqui, ali

Conheceram-se numa noite fria, não tinham mais o tempo que passou e acreditavam que dali pra frente às coisas seriam diferentes, e foram, com o passar dos dias vieram os olhares, dos mais puros aos mais enfáticos, e ali estavam os dois, tentando viver o que esperavam da vida, ela mexia as mãos levemente por entre seus cabelos, ele a fitava de cima a baixo por horas e horas, eles tinham algo ali que funcionava de uma maneira ímpar, deslizavam as mãos e os corpos que se esparramavam na cama de madeira antiga com os pés destruídos por traças, o mundo poderia ruir e aqueles pés de cama continuaram ali protegendo o universo perfeito que os dois construíram, e o vento entrou pela janela e mesmo o frio nada seria quando estivessem juntos, se olharam enquanto a noite caia e decidiram que juntos poderiam ser felizes, como nunca imaginaram ser.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Olhos

Telas
Telas
E telas
Tinta branca no quadro azul
Tinta azul no quadro branco
As vezes esqueço a caneta
As vezes eu sou meio careta
Cabelos cabelos
E unhas manchadas
Molhadas
Cortadas ou roidas tratadas ou feridas
De corpos e corpos
E corpo
Um único corpo
Puro
Da janela vem o ar
As vezes quente
As vezes frio
Sou artista da galeria
Que é chamada de Brasil

Caricatura

E ela sorriu com a alma
Mostrou os dentes brancos
De uma juventude ímpar
Apareceu
Encantou
E começou a fazer parte
Do todo
De tudo
Ouviu atenta as palavras
E despejou várias delas
E o tempo
O curto tempo
Se tornou longo
E lá estava ela
E lá estava ele
E lá estavam.

Linearidade

Eu tinha me afastado um tempo das linhas que traçava com palavras, sentia falta dos momentos de troca que me apeteciam diariamente, as divagações, os olhares despejados a seres pensantes ou não pensantes, tudo era uma questão de ser, ou não ser, o jovem, o bêbado, o poeta, a criança que contava as coisas para o mundo e que se escondia dele em muitos dias, era tudo uma soma de coisas que eu tentava entender e que me confundia mais e mais a cada momento que eu decidia contar o que sentisse de fato, eu tinha me afastado delas, e as linhas tanto me fizeram falta e me completaram quando decidi não escrever mais por hoje.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Relevo

E quantas pessoas eu esperei
Entre os olhares
E dias
E noites
Elas Lindas, cada uma com seus signos
Me mostravam suas verdades
E quantas
Quantas delas
Me fizeram esperar
E quantas delas eu o fiz
E quantas
Quantas delas
E elas
E eu
A noite
Sozinho.

Um ar, um bar

Eu a vi empunhando um cigarro
Um olhar angular
Me lembrava as vanguardas
E os cafés da frança
Sorria com a alma
Tinhas as formas das musas de 60
E o jeito de mexer com as mãos de uma mulher moderna
Era branca
Era une femme
Era a resposta da noite
E a pergunta dos dias
Era
Ela.

domingo, 3 de junho de 2012

Daqui a pouco

E lá estava ela
Na labuta diária
Correndo pra lá e pra cá
Tinha olhos
Lindos olhos azuis
Lembrava os fáróis dos carros antigos
Sorria com a alma
E contagiava todos
O modo como projetava seus lábios em forma de coração
E a maneira como falava com as pessoas
Mudava tudo
Passou noites sem dormir pra fazer a diferença
Ajudou sua mãe
E seu avô
E percebeu que o verdadeiro valor das coisas ali se encontrava
Se assustou com os problemas
Mas voltou melhor que nunca deles
Pra sorrir novamente
E fazer a diferença
Porque só ela
Sabia alegrar os meus dias
E só ela
Era a pessoa mais feliz que já conheci.

Low

Um olhar
E uma flor vermelha
Um sorriso
De orelha a orelha
Uma mulher
E uma vida inteira

domingo, 6 de maio de 2012

Nem tudo

Uma estrada, um olhar e todos os problemas, todas as loucuras, todas as pessoas e todos os amores seriam apenas quilômetros perdidos, quando me faltasse a lucidez.

domingo, 29 de abril de 2012

Ao fundo, ao mundo

O vento
E o tempo
A noite desenhada
Não como esperada
Olhares
Vários olhares
E um jovem só
Um lugar pra chamar de seu
E a falta dele
Não tinha o amanhã
O tempo
O vento
A mulher
O olhar
O toque
O beijo
A ausência
E mais um dia
Mais uma noite
Em algum lugar do mundo.

terça-feira, 24 de abril de 2012

T de ter, S de ser


E eu teria todas as manhãs
Todos os olhares
Todas as pessoas
Todos os lugares
E quando todos me faltassem
Teria o tempo
Teria o sorriso
Teria a chuva
Teria o amor
E enquanto eu tiver
Tiver a vida
Terei você
E serei feliz.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

De volta ao leito da terra

Reduzidos a um cubículo
Era apenas um momento
O último
O primeiro
E todos os olhares voltados a você
E todas as pessoas
E todos os momentos que viveram
Os amores
Os beijos dispensados a uma pessoa
Ou várias delas
As coisas que nos permitimos viver
E o que deixamos de fazer de fato
Lágrimas, o silêncio profundo
Pessoas cortariam as unhas
Ririam no cinema
Outras tomariam banho
Ou se emocionariam com seu primeiro amor
Milhares delas nem saberiam o fim que tomei
Várias delas que estiveram comigo em alguma parte do tempo
E não puderam se despedir adequadamente
E aquelas vezes que fomos orgulhosos
Que brigamos sem motivo
Que deixamos de nos desculpar
De abraçar
De dizer a alguém, eu te amo
Serão apenas momentos que passaram e não existiram
E a morte, há a morte
Seria um triste ensaio sobre a vida
Ou a falta dela.

domingo, 15 de abril de 2012

Mais um olhar, mais uma noite

Loucura
Pulsante e viva
Tirei ela de lado
Disse a ela que era a melhor da noite
Me fitou por um tempo
Abriu um sorriso sereno e safado
Disse quem era
Me olhou mais um tempo
E lá estávamos
No jogo de bocas e corpos
Nos pegamos ali mesmo
Trepamos loucamente como nunca antes
Ela sorriu
Eu também
E a vida seguiu seu fluxo.

sábado, 14 de abril de 2012

Poema para a mulher da minha vida

Nos conhecemos a 24 anos atrás
Você me deixava seguro
Me protegia do frio
Contava histórias pra mim todas as noites
Dizia que eu teria um belo futuro
Me mostrava para todas as amigas
Para suas irmãs
Me apresentou até pros seus pais
Me colocou pra dormir
Vigiou meu sono
Cuidou de mim quando estava doente
Deixou de comprar as melhores roupas
Os melhores sapatos
Desistiu de alguns sonhos, para que eu pudesse sonhar
Me educou
Me ensinou a ser homem
Me fez chorar em várias noites
Me fez sorrir em milhares delas
E mesmo que eu conhecesse mil mulheres
Nem uma me olharia com tanto amor
Nenhuma deixaria sua vida para que eu vivesse a minha
Você é mais que uma mulher
É mãe, e o grande amor da minha vida
Te amo.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Porta jóias

Hoje pego um caderno
Não tenho mais as letras que se foram
Não tenho palavras
Nem declarações de amor
Não tenho sorrisos
Nem lágrimas
Sou só um garoto
Errante
As vezes louco
As vezes gênio
Um pequeno pedaço de nada
E de tudo
Espelhos
Sons
Pessoas que vem e vão
E deixam e ficam
E partem e voltam
Deixam tudo como está
E tudo volta a ser dia
No dia em que vi
Em que olhei
Em que pensei
Em te ver
E se foi
E é fim.
E é sim
Assim que o tempo acabar.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Neblina e pecado

Poderia ser tudo diferente
Sentei mais uma vez na cadeira
Um copo
Um corpo
Uma noite estranha
Lá fora o mundo seguia seu fluxo
Falta de líbido
Libertinagem
As relações humanas acontecendo
Poderia ser tudo diferente
Mas era apenas
Um copo
Um corpo
E mais uma noite estranha
Em algum lugar do mundo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Desatento

Olhar vago
A verdade no ar
Um dia
Outro dia
Uma vida
Outra vida
Um cara
Uma história
E a vontade intensa de viver
Momentos lúcidos ou loucos
Olhei pela janela
E notei
Tinha um mundo todo
Só pra mim.

domingo, 1 de abril de 2012

Busca

Um cubículo, e um jovem, morte e vida, não era Severina, morte e vida, a tela azul, a pedra de gelo, o olhar, vazio, o olhar, eu olho, e componho as frases que parecem sem sentido, já não me expresso tão bem como antes, já não sei de fato o que quero, mas era uma noite quente, era um lugar do mundo, e eu era um jovem, um jovem que cria histórias pra tentar justificar e mudar a sua.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sozinho na multidão

Hoje tinha poucas palavras
Uma frase
Um verso
Um momento
Um quarto
Poucas ideias
Cansaço
O corpo pesaroso
Quase morto
Me sirvo um copo de vida
Me alcoolizo
Respiro o ar que entra pela janela
E caio em sono profundo
Mais 24 horas
E um dia lúcido pra começar tudo novamente.

terça-feira, 27 de março de 2012

Um olhar, uma noite

Todos os dias
Todas as horas
E todos os olhares
Serão apenas
Momentos
Quando não estiver comigo.

sábado, 24 de março de 2012

Sempre, nunca

Três dedos e duas pedras de gelo
O olhar fixo para ela
Toco os cabelos e passeio por teu rosto com as mãos
Um gole do meu destilado favorito
Minha boca na dela
O cheiro da sua pele me atingia
Ela se serve de uma também
Solta o vestido e o deixa cair no chão
No seu corpo me encontro
E me perco
Ela dança com a alma
Desfila a beleza diante de mim
Deixo o copo de lado
As relações humanas acontecem
Eu e ela
E o ciclo vicioso de uma vida toda
Beber
Trepar
E amar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

7 letras e 7 dias

Surgiu serena como a noite
Não era de cabelos que ela vinha
Era de uma pureza extrema
Quase contestadora
O sorriso surgiu nos primeiros dias
Momentos
Segredos
E a vontade louca de estar
Ela tinha algo no fim daquele sorriso
Um lance único e inigualável
Tinha um jeito de falar
De olhar
De esconder o rosto com os cabelos
A maneira impar de mexer os lábios
E de sentir
E eu sentia
Que não era o tempo que passava pra ela
Era a vontade louca
De viver
E vivendo
Veria mais um ano
Acordaria cedo
Olharia pro lado
E teria finalmente
Um feliz aniversário.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Big Bang

Então era isso
Sentar e esperar o próximo grande momento
Dias
Dias
Noites
Noites
E o fluxo constante de vida
Vida que agora era diminuta
O barulho das teclas
O vento vindo da janela
E um olhar
O último
E mais uma noite
A primeira
E mais uma história
A minha.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Citações - Parte 14

Construa uma bomba atômica mas não tente formar consciência.

Citações - Parte 13

A quantidade de doses é importante, mas a maneira como sai da cadeira quando termina ou o sorriso que da quando cai são essenciais.

Citações - Parte 12

E os bares continuam ali e nós continuamos lá.

Ápice

Levantei-me de cima das minhas bolas e sai andar, finalmente o mundo voltava a conversar comigo e eram conversas agradáveis.

sábado, 10 de março de 2012

Pedra no sapato

Sentei ali pra olhar, já não via mais as relações acontecendo, nós, os humanos tínhamos perdido a essência, não conseguíamos mais manter contato físico por muito tempo, nos tornamos projeções de redes e meios sociais, e isso piorava a cada dia, cada vez mais eu notava o distanciamento acontecendo, todo mundo era um grande camaleão, que se deixava levar pela companhia e perdia-se em si mesmo porque não se sustentava como um ser que pensa, levantei, sentei em outra mesa e a mesma coisa aconteceu, pensei nas vezes que me sentei na calçada e conversei por horas sem me preocupar com meus emails e com quem me seguia ou quem me curtia, e entendi que o mundo tinha mudado, e não era para melhor.

Zona morta

Sentei meu rabo na cadeira e comecei a escrever, tinha vivido umas histórias loucas
nesses dias e buscava um equilíbrio onde não existia, projetava a pessoa ideal, o melhor bar, a melhor companhia, as boas noites sorrindo enquanto olhava pra alguém, era um movimento circular, quase doentio que me afogava nos pensamentos mais incabíveis possíveis, levantei meu rabo da cadeira, agora escrevia de pé, enquanto andava pelo quarto na noite que corria firme lá fora, os cães uivavam, as gatas gritavam seu cio, e eu diminuto, entre papéis e estrelas, vendo queimar, queimar e queimar, não era o tempo que ia embora, era minha vida, enquanto eu terminava as frases. Um milagre, era o que eu precisava essa noite.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O artista

Como já previsto, a produção franco-americana dirigida pelo francês Michel Hazanavicius e estrelada por John Goodman, Berenice Bejo, um cachorro adorável e o já citado Jean Dujardin; é um filme mudo. Isso significa que possui todos os elementos presentes no cinema realizado em Hollywood no início do século XX. Elementos como a câmera parada, diálogos em caixas de texto, fotografia em preto e branco, planos de câmera básicos, atuações exageradas e a trilha sonora constante na ação dos personagens.

No ano de 1927, o grande astro do cinema mudo George Valentin, estreia mais um de seus sucessos. Mas com a ascensão do cinema falado e da jovem atriz Peppy Miller, o ator e o estilo cai em decadência. Perpassando alguns fatos históricos como a queda da bolsa de 1929 e o surgimento de novas técnicas de captação de vídeo, o filme mostra de forma divertida e emocionante a decadência do cinema mudo, bem como seus artistas que caíram no esquecimento. Dujardin fisicamente e profissionalmente, possui o perfil para o personagem, com uma construção bem elaborada de trejeitos e ações. Com destaque para o cachorro, amigo de Valentin, que em muitos momentos rende risos e comoção por sua "atuação". John Goodman é a famosa figura dos produtores de estúdio.

A produção explora todas as características do estilo, com direito a uma trilha bem desenvolvida por Ludovic Bource, ganhador do Globo de Ouro e indicado ao Oscar. Aliás, a narrativa também possui "quebras" na estética. Durante um pesadelo, Valentin vê o mundo com sons: copo que bate na madeira, o cachorro latindo, mulher rindo uma pena caindo no chão. Neste momento, os planos e a movimentação da câmera também modificam, sinalizando uma mudança na perspectiva. Essa não é a única quebra na narrativa. No encerramento do filme, uma cena mostrando o início dos musicais. Mas desta vez, falado. Sim, o longa encerra com diálogos e em diferentes planos de câmeras. Podendo ser visualizado o travelling e uma mudança na forma de produção.

Com um conjunto de elementos característicos do cinema e através da metalinguagem, O Artista é uma homenagem aos artistas do cinema mudo e à história do cinema mundial.

Crítica: Thais Nepomuceno/Cinepop

Afeto

Blusa simples
Olhar distraído
Nem sempre se vive de cabelos
Orelhas também falam
Tem sua própria linguagem
Muda e serena
Orelhas
Tenho dentes que as vezes são brancos
Fechos os olhos que me fazem ver cores
Cores que rabisco
Quando chove
Observo
O que não deve ser visto
Do sorriso mais puro
Ao olhar mais sinistro
As vezes surge um sorriso
As vezes até mais que isso
Borboleta
Elefante
Ou talvez grilo falante
Dou asas ao que vivo
Dou pernas ao que escrevo
Sou criança nesse mundo
Em que tudo vai mais cedo
Amanhã eu contarei
O que você jamais ouviu
Não pense que acabou
Só porque você não viu
Eu preciso acabar
Mais uma poesia
Antes que o dia seja noite
E a noite seja dia

terça-feira, 6 de março de 2012

Bande à part

E lá estava ela
Surgiu da noite
Lembrava as vanguardas francesas
Tinha um olhar sereno
Lábios vermelhos
Que diziam tanto
E nada diziam
Noites se seguiram
E com elas várias coisas aconteceram
Ninguém cantava nas madrugadas como ela
Tinha um jeito único de mexer com as mãos
E de tentar encontrar a pureza onde não existia
O momento mais comum
Se transformava num momento eterno
Sorria com o rosto
Ali tinha verdade
Paciente
Sempre paciente
Foi atingida
Diversas vezes pela vida
Passou dias nem tão serenos
Tatuou o braço e carregou tênis neles
Era um M
Era uma mulher
Que também chorava
Mas escondia as lágrimas
Porque seu sorriso
Era o que melhor tinha pra dar
Todas as linhas ficariam curtas
Se a linha que nos une se apagasse
Porque viver com você
É viver.

Gotas

A montagem mais perfeita
Da mais perfeita história
Hora de utopia
Hora de glória
O puro olhar perdido
E achado
Entre linhas
Desordenadas
Que as vezes dizem tudo
As vezes dizem nada
O desenho mais bonito
A pessoa mais amada
Um sorriso vai no rosto
Pela nossa longa estrada
Com um espaço amarelo
E com a mulher sonhada
Hoje sou bem mais feliz
Nessa terra encantada
Roda, roda
Roda vira
E me faz pensar em nada
Dia e noite
Dia e noite
De uma tarde ensolarada
Ficam aqui minhas palavras
Que pra ti, irei dizer
Você é minha alegria
Você é meu bem viver
Você

domingo, 4 de março de 2012

Liso

Hoje sou o que não era antes
Sabia que tudo que poderia ser
Me faria ser mais do que nada
Um olhar
Sempre faltou
Um abraço
Sempre faltou
Dias e dias que precisei de tudo
Horas e horas que não encontrei nada
Era o que precisava ser feito
Era o que eu desejava fazer
Não vou falar mais sobre isso
Me cansei de escrever

M

Cabelos
E bocas
Vermelhas
Com lábios
Num dia verde
Verde dia
Grama
Grama
Vida
Vida
O ar que te pega de frente
A brisa que vem de lado
Escuto canções
Enquanto viajo vagarosamente
Para um mundo criado
Como os desenhos intermináveis
Que me fazem maior
Que me fazem menor
Que me fazem eu
Tenho 2 mãos
2 lindas mãos
Que me guiam
E me cegam
Quando não sei mais viver.

sábado, 3 de março de 2012

Um brinde

Alguém ali bebia
Acho que os dois bebiam
Os três bebiam
Ela tinha uma amiga
Ele tinha 3 mil
O tempo passou
E ela apareceu
Algumas horas, mais algumas
Sábado
Domingo
Segunda
Terça
Quarta
Em todos os horários possíveis
Ungidos
Com binóculos super potentes
Pra olhar um ao outro
Lágrimas
Sorrisos
Olheiras
Coalas
Barba
Cabelo
Vestidos
Brincos de pérola
Bukowski
Anais
Gutiérrez
Todos vinham pra caixa
E voltavam pelo tempo
Ela comia
Tomava sorvetes
Ele bebia
Escrevia
A mais intensa história
Que dois seres
Poderiam viver
E eles estariam ali
Nas noites que se seguiam
Nos dias que se seguiam
E na vida, que começava.

Sinta

Horas lúcidas
Não hoje
Era uma loucura
Pessoas de todos os lugares
Brancos
Negros
Pardos
Que se misturavam e se uniam
Era uma noite quente
Onde tudo era nada
As coisas eram só uma soma
De histórias
De vidas cruzadas
De pureza
E perversão
E eu era só um cara
Ali perdido
Na multidão

sexta-feira, 2 de março de 2012

Estrutura

Eramos corpos
Formas das mais variadas
E cores
E olhares
Trejeitos
Estruturas ósseas
Eramos corpos
Que se separavam e se uniam
Uns por amor
Outros por prazer
Eramos apenas corpos
Jovens e rijos
Velhos e flácidos
E só seriamos corpos
Quando nos faltasse o tempo

Grampeadores

Uma tarde
Um sonho
Um momento lúcido
Um dia de glória
Uma dose
E o ciclo da vida
Que se segue e se repete
Incansávelmente.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ela

Todas as mulheres
Todas elas
E seu jeito de olhar
E falar
E Surpreender
Umas que encantam
Outras que excitam
Várias delas gritam
Outras falam baixo
Algumas são mais jeitosas
Outras menos
Mas todas tem algo bom
Essa não
Era apenas uma buceta
E um rosto
E nunca seria mais do que isso.

De vermelho são

O que teme mulher
Tem os cabelos vermelhos
Os olhares angulares
A vontade louca de sorrir
Talvez não tenha os dias mais lúcidos
Talvez não tenha os dias mais puros
E quem é que tem?
Faça o caminho do louco
Viva vidas alternativas
Mas não deixe de se sentir viva.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Feliz aniversário

Um, dois, três
Cinco , dez , cinquenta
Os anos se passam
As velas se apagam

Rugas, cabelos brancos
O corpo flácido
Decadente, a morte certa que se aproxima
Como mais um ano que se foi

As pessoas, as paixões
Tudo que amamos um dia
Transcendem nossa memória
E viram simples lembranças

O primeiro beijo, o sorriso
Aquele olhar apaixonado
Enchem meus olhos de lágrimas
Quando percebo que o que vivi, passou

Guardo comigo fotografias
De mais um daqueles anos lúcidos
O ciclo simples e cruel da vida
Arranca-me sorrisos nesse dia

O silêncio do mundo lá fora
O barulho da minha mente
E o ritmo das coisas
Aparecem pra desejar pra mim

Um feliz aniversário

Cinquenta e quatro

Seis horas da tarde
Seis olhares que já não tenho mais
Seis doses no corpo
Seis anos de histórias
Seis vidas paralelas
Seis chances de ser feliz
Seis finais trágicos
Seis formas de realidade
Seis minutos resumem tudo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Não sei me despedir de você

O poema que eu não queria escrever
Nos conhecemos e tudo aconteceu como um sonho bom
Passamos horas e horas juntos
Sorrimos
Choramos
Fizemos planos
Dividimos momentos
Sonhos
Olhares
Dos mais loucos
Aos mais lúcidos
Dias
Tardes
Madrugadas
Escolhemos os nomes dos nossos filhos
E dos guardiões da casa
Contamos histórias de nossas vidas
Falamos dos nossos medos
Das nossas inseguranças
E da vontade louca de encontrar alguém
Que nos aceitasse como éramos de verdade
Eu te encontrei
Você me encontrou
E juntos escrevemos uma história
E decidimos que estarimos juntos
Até o fim
Voltamos a rotina
E com ela, ficamos distantes
Eu senti sua falta
Me desesperei em alguns momentos
Errei sim
Várias vezes
Como um bom humano que sou
Tentei diversas vezes não errar
Mas não entendi claramente a mensagem que tentava me dar
Se você decidir que é mesmo a hora de partir
Eu vou, mas como uma cara que jamais será inteiro novamente
Porque a minha metade, fica no caminho
E eu trilho o meu
O caminho do homem que perde o amor da sua vida.

Air

Air é uma dupla francesa de música eletrônica, formada no ano de 1995 por Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel.

O nome da banda é uma sigla para Amour, Imagination, Rêve (em português, 'Amor, Imaginação e Sonho'). O Air costuma fazer parte das bandas sonoras dos filmes de Sofia Coppola.

Os trabalhos desta dupla francesa se iniciaram com o EP Premiers Symptômes, seguido de Moon Safari, álbum aclamado pela crítica; da reedição de Premiers Symptômes (1997); da banda sonora do filme de Sofia Coppola, The Virgin Suicides, e dos álbuns 10.000Hz Legend, Everybody Hertz (feito em 2002, com um remix das principais músicas de 10.000Hz Legend), Talkie Walkie, Pocket Symphony e Love 2.

Discografia
Moon Safari (1998)
The Virgin Suicides (2000)
10 000 Hz Legend (2001)
Talkie Walkie (2004)
Pocket Symphony (2007)
Love 2 (2009)
Le Voyage Dans La Lune (2012)

Onde baixar os discos

Fonte: Wikipidea e Alguns Sons

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Eu quero ser eu.

Ela acorda
Branca e serena
Os olhares angulares
Refletem o sol
Que reflete seu rosto
No espelho
Temos espelhos
Redondos, concavos
E uma noite mal dormida
Ela olha pela janela
Vê a grama verde
Coberta da brisa da manhã
Prepara uma boa dose de café
Não
Ela não gosta de café
Seus olhos a guiam por caminhos em que ela não se localiza
A noite chega
O dia chega
A noite vai
O dia chega
A tarde vem
E traz o alcool
Que nem sempre a acompanha
Sua vida tem trilha sonora
Todos os dias sente o som externo ao caminhar pelas ruas
Ela olha
E tem uma só certeza
De ser
Quem desejou ser

Medianeras - Buenos Aires Na Era do Amor Virtual

Urbano, jovem, inspirado, atual, divertido, inteligente, charmoso. Sim, los hermanos argentinos, ainda que com coprodução espanhola, conseguiram de novo e realizaram mais um ótimo filme: Medianeras, que recebe o subtítulo (questionável? dispensável?) Buenos Aires na Era do Amor Virtual.

Com muito estilo, Medianeras foca toda a sua narrativa sobre duas solitárias almas portenhas: Martin (Javier Drolas), um escritor travado que detesta sair de seu pequeno apartamento, e Mariana (a bela espanhola Pilar López de Ayala, de Lope), recém-traumatizada pelo término de um relacionamento. Ambos moram na povoada e metropolitana Buenos Aires, mas sofrem de um dos maiores males do século: o isolamento. E sua consequente solidão.

Como diz Martin, “Há algo mais desolador no século 21 que não ter nenhum e-mail na caixa de entrada?”. Não se trata porém, como o subtítulo pode sugerir, de uma crítica à era virtual em que vivemos. O isolamento dos protagonistas parece ser muito mais um fruto da degeneração das relações sociais advindas do excesso de urbanização que propriamente um fenômeno deste período tecnológico. Uma solidão intrínseca, existissem ou não os computadores e a internet.

Talvez com uma ponta de inveja, talvez para melhorar nossa autoestima brasileira, vale dizer que Medianeras tem um certo toque de Jorge Furtado. Principalmente pela narração espirituosa e do bom texto que pontua toda a ação com saudáveis doses de sarcasmo e observações pertinentes. Como, por exemplo,”O que se pode esperar de uma cidade que dá as costas para o seu rio?”, numa ácida crítica à capital argentina.

Mas as comparações param por aí. O filme tem personalidade forte e própria, e acerta ao transformar o mau humor e a empáfia argentinos (nestes pontos eles se parecem com os franceses) em matéria-prima para a sua própria autoironia.

O filme é o desdobramento do curta homônimo realizado em 2005 pelo menos diretor (Gustavo Taretto, agora aqui estreando na direção de longas), com o mesmo ator principal, e muito premiado em festivais internacionais. Fazer do curta um laboratório para o longa funcionou: este novo Medianeras ganhou os Prêmios de Público da Mostra Panorama do Festival de Berlim e no recente Festival de Gramado.


Crítica: Celso Sabadin/Cineclick

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Citações - Parte 11

Um poeta nunca fica triste por muito tempo, ele transforma suas tristezas, em histórias.