terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O melhor de todos os dias

Angustia
Apreensão
Impaciência
Assim a moça se sente
Enquanto espera o rapaz de longe
Que por sua vez não vê a hora de chegar
Perdido nas estradas e nas cidades
Em busca de informação
Pra quem sabe achar o caminho
Do sorriso
Da alegria
Da felicidade
Caminhos
Que dão num lugar
Em que os dois se encontram
Ela saltita
Ele desce
Eles se olham
E andam a passos rápidos
O abraço
De quem espera a anos
O beijo
O primeiro
O perfeito
O beijo
Gostoso
Molhado
Suave
O beijo
De quem beija
E de quem sente
O olhar... Desconfiado
E o início da caminhada
Ele desconheçe o lugar
Ela se sente em casa
As ruas estranhas para ele
Deslizam pelos pés calçados dela
O carro para e pergunta
Ele responde
E continua
Por entre as ruas eles se encontram
E se perdem
Um com o outro
Perdidos como duas crianças
Acha-se o lugar
O portão de bambu
A chave de madeira
E a india no balcão
Eles adentram na natureza
A arvore gigante e velha
Tão verde e tão alta
Ela mostra pra ele
Ele se encanta
A fonte abacaxi
Mas lavada
Mas bela
Bela como a boca dela
O olho dela
O piercing dela
Como a bela
Penelope
Bela
Assim és ela
Continua-se a descer
E lá abaixo se vê um rio
Cadeiras
Quantas cadeiras
Brancas cadeiras de piscina
Circular era a piscina
Azul como a agua
Azul como o céu
As portas se abrem
As janelas se abrem
E logo se fecham
Por pura privacidade
Os labios se tocam
As mãos se tocam
Os corpos se tocam
Com leveza
E devagar, devagar
Como se eles fossem um só
E assim eles se sentiam
Naquele instante incessante
Bom pra ele
Bom pra ela
Do quarto saem os dois
Pra sentir o ar na pele
Ela fuma um cigarro
Enquanto ele olha pra ela
E conta uma das suas milhares de histórias
Ela ouve atenta
E sorri
A fome persegue os dois
Seus estômagos roncam
E saem em busca de algo
Pelas entranhas das ruas áridas
Encontra-se comida
A soda no balcão
O alimento na boca
E assim eles continuam
Na ponte azul
Surge a amiga
Com seu belo carro preto
Contando o que a aflinge
Velocidade alta
Perseguição alucinada
Logo encontram o topo
E por lá vão olhar o céu
A grama pinica as costas deles
Mas o momento é magico
Eles nem sentem
Ou fingem não sentir
Falando sobre a vida
O dia vai passando
Logo
Sem que percebam
A noite paira
E com ela vêm o medo
De que acabe
De que se separem
De que ao acordar
O dia não seja dia
E a noite não seja noite
E assim se deitam
Desnudos
E lucidos
A arara
E o peixe
E eternizam com palavras
Aquele momento único
Ela chora
Ele quer chorar
Mas se segura
Pra que ela se sinta protegida
Ele tem medo que ela fique triste
Só quer vê-la feliz
Ele a faz prometer parar
Ela promete
Eles voltam a se deitar
Como você é inquieto
Diz ela
Ele sorri
E continua a falar
E falar
E falar
E o sono pega ela de jeito
Que adormece em seus braços
Enquanto ele tosse desenfreadamente
Ele dorme
Acorda
E lá esta ela
Sonhando
Como um anjo
Daqueles que vêm pra mudar sua vida
Como aquele anjo
Que apareceu na dela
Com seu chapéu branco
E mudou muita coisa
O dia amanhece
E as horas estão próximas de acabar
O telefone toca
O banquete os espera
De lá eles voltam pro quarto
E se banham pra ir embora
A luz se apaga
As janelas se fecham
A porta se fecha
E lá vão eles novamente
Em direção a vida
Saindo de uma vez
Do sonho
Pela estrada eles conversam
E com um beijo se despedem
E assim se encerra.
O melhor de todos os dias

Nenhum comentário:

Postar um comentário