segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Velinhas

Trinta minutos, era só o que eu tinha para escrever, servi uma dose, acendi o cigarro e comecei a soltar as idéias, eu iria querer esses trinta minutos de volta, em algum momento da vida, quando alguém me dissesse, são suas últimas horas meu velho, eu iria sentir saudade das cores, dos pássaros, das pessoas, dos olhares, e até do nada, quando eu me sentava na cama pra pensar no que fazer.
Fazer, o que eu tinha feito até agora, talvez eu tenha trazido felicidade pras pessoas que me cercam e pra algumas outras pessoas que mal sei quem são, talvez, era uma palavra que podia dizer tanto e não dizer nada ao mesmo tempo, a incerteza era algo que não me agradava, meus braços doem enquanto escrevo isso, é a idade me avisando que esta aqui, eu não sabia desenvolver minha linha de raciocínio eu gostava de escrever, mas não tinha aprendido a fazer ainda, via minha imagem refletida no espelho a minha frente, eu ainda tinha orgulho do que via, não duraria por muitos anos, eu tinha medo da minha pele enrugada, de estar debilitado e de principalmente perder a lucidez, o homem não é nada sem ela, e eu não seria diferente.
Diferença fazia escolher as pessoas pra viver ao seu lado pro resto da vida, todo ano tínhamos um ritual, se sentar em volta de um bolo e brindar a vida ou o passar dela, parabéns pra você, mais um, menos um, era a contagem regressiva para os novos inícios e para os velhos fins, mas eu gostava disso tudo, sabia que por hoje e pra sempre, eu seria... eu mesmo. Foi o que consegui com tão pouco tempo.

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