O filme começa numa confusão de cenas, algo totalmente misturado, sem qualquer linearidade padrão. O espectador é jogado num universo onde as cenas se mostram a partir da vontade do diretor e do roteirista da película, todas alternando situações leves e tensas numa mesclagem indistinta entre passado, presente e futuro. Esse é um dos pontos altos de 21 Gramas.
O filme não tem ponto alto, realmente, porque todos os pontos altos são jogados de uma vez só, criando o filme em seu próprio ápice. Enquanto uma situação se acalma, a outra está culminando. E as cenas só são jogadas ainda mais para nossa mente, quando começamos a especular sobre as possíveis tramas, novas cenas reveladoras aparecem quebrando nosso pensamento.
É um filme interativo, nos força a pensar ao mesmo tempo que vemos, pensar para poder montar o quebra-cabeça de 125 minutos jogado ao ar e criar uma história realmente concisa.
O filme não tem ponto alto, realmente, porque todos os pontos altos são jogados de uma vez só, criando o filme em seu próprio ápice. Enquanto uma situação se acalma, a outra está culminando. E as cenas só são jogadas ainda mais para nossa mente, quando começamos a especular sobre as possíveis tramas, novas cenas reveladoras aparecem quebrando nosso pensamento.
É um filme interativo, nos força a pensar ao mesmo tempo que vemos, pensar para poder montar o quebra-cabeça de 125 minutos jogado ao ar e criar uma história realmente concisa.
Paralelamente, 3 vidas seguem indiferentes umas as outras: Há primeiramente Paul Rivers (Sean Penn), um ex-professor de matemática que está a beira da morte, pois já está há meses na fila de um transplante de coração. Sua mulher, Mary Rivers (Charlotte Gainsbourg) está nervosa pois seu maior desejo e ter um filho do marido antes que ele faleça, então prepara uma inseminação artificial completa sem ao menos saber do desejo do companheiro.
Ao mesmo tempo temos Cristina Peck (Naomi Watts), casada com um homem maravilhoso e com duas belas filhas resultantes do matrimônio, uma mulher com um passado obscuro que encobre tudo por debaixo dos panos do casamento. E, do outro lado, há Jack Jordan (Benicio Del Toro), um ex-presidiário que após todos os seus crimes hediondos encontrou uma redenção de sua vida mundana na palavra de Deus. Todas essas 3 vidas são mudadas após um acidente que cruza o destino de todos.
Ao mesmo tempo temos Cristina Peck (Naomi Watts), casada com um homem maravilhoso e com duas belas filhas resultantes do matrimônio, uma mulher com um passado obscuro que encobre tudo por debaixo dos panos do casamento. E, do outro lado, há Jack Jordan (Benicio Del Toro), um ex-presidiário que após todos os seus crimes hediondos encontrou uma redenção de sua vida mundana na palavra de Deus. Todas essas 3 vidas são mudadas após um acidente que cruza o destino de todos.
A obra é uma adepta da teoria do caos, a partir de uma única ação vidas inteiras são mudadas. No caso, essa teoria é colocada como a palavra de Deus através de uma religião usada para mudar a vida de pessoas como Jack Jordan, que precisam de algo consistente para poder seguir sem cometer seus crimes. E a partir disso algumas das melhores atuações da última década são colocadas na tela. Não há do que reclamar do trio principal. Sean Penn está ótimo, nada menos e muito mais. Convence o público o tempo inteiro. Naomi Watts carrega todo o peso emocional da estória. Sua atuação é poderosa e suas cenas sentimentais são o auge do auge que é o filme. Benicio Del Toro ainda consegue roubar a cena de Watts e coloca toda a sua tensão e lado emocional a posta em seu personagem fervoroso. Bela fotografia e um cenário propício para esta.
No meio do filme (que talvez seria o começo ou então o fim), Sean Penn comenta que a matemática pode decidir vidas inteiras, que os matemáticos buscam colocar os número em todos os lugares possíveis e impossíveis. Qual o verdadeiro peso de uma vida? O verdadeiro peso de um amor? A matemática coloca 21 gramas nessa situação. Dizem que todos perdemos 21 gramas no exato momento de nossa morte. Mas é isso que uma vida pesa mesmo? O filme termina com a reflexão de o quanto você consegue colocar em suas 21 gramas que vai tirar de seu corpo vivo e levar para a morte. Você consegue colocar nas 21 gramas o peso de sua redenção e esquecer que vivo você foi preso inúmeras vezes? Você consegue colocar em suas 21 gramas o peso do amor inexorável sentido em vida, para ser capaz de amar até um pedaço da verdadeira paixão no corpo de outra pessoa? Você consegue colocar sua busca pela vida nos 21 gramas ou neles só cabem a vingança que você buscou, uma vingança cega sem limites?
O questionamento principal do filme é o valor de sua vida. O valor da vida está jogado em cenas desconexas se colocadas em certa ordem, mas coesas se colocadas em outra. E não só o valor da vida, o valor das suas "21 gramas", tiradas de sua vida. O valor do que mais marcou sua vida está carregado em todas as gramas que forem perdidas ao longo da morte. Há uma vida após a morte, é o que Sean Penn mostrou após sair de um estado de "coma", que era sua espera pela morte na fila de transplantes, é o que Naomi Watts mostrou ao continuar amando o que restou de seu marido no corpo de outro, é o que Benicio Del Toro comprovou ao criar duas vidas para seu personagem, antes e depois de Cristo. E o que você leva dessa vida, no caso a vingança, são seus 21 Gramas. O filme não ficaria completo se não fossem as atuações magníficas do trio principal, as melhores das carreiras deles pelo que já pude conferir. Um filme necessário, até demais.
Crítica: Gabriel Neves/Crítica Mecânica
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