sexta-feira, 9 de março de 2012

Afeto

Blusa simples
Olhar distraído
Nem sempre se vive de cabelos
Orelhas também falam
Tem sua própria linguagem
Muda e serena
Orelhas
Tenho dentes que as vezes são brancos
Fechos os olhos que me fazem ver cores
Cores que rabisco
Quando chove
Observo
O que não deve ser visto
Do sorriso mais puro
Ao olhar mais sinistro
As vezes surge um sorriso
As vezes até mais que isso
Borboleta
Elefante
Ou talvez grilo falante
Dou asas ao que vivo
Dou pernas ao que escrevo
Sou criança nesse mundo
Em que tudo vai mais cedo
Amanhã eu contarei
O que você jamais ouviu
Não pense que acabou
Só porque você não viu
Eu preciso acabar
Mais uma poesia
Antes que o dia seja noite
E a noite seja dia

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